Deslocados da Ucrânia. Seis casos suspeitos de tráfico de pessoas enviados para o Ministério Público

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[Fotografia: Pexels/Pixabay]

O Alto Comissariado para as Migrações (ACM) revela que reencaminhou para o Ministério Público, para serem investigados, seis casos suspeitos de fortes indícios de tráfico humano no âmbito de pessoas deslocadas devido à guerra da Ucrânia.

A entidade avança que, desde o início do conflito, a 24 de fevereiro de 2022, e “num trabalho conjunto que tem envolvido várias áreas governativas e serviços”, “registaram-se, até ao momento, 39 participações relacionadas com queixas ou denúncias que poderiam configurar a prática do crime de tráfico de pessoas”.

Destas, prossegue fonte oficial do ACM, “33 delas não resultaram, após análise, em factos que tenham concluído pela existência de indícios do crime, seis foram consideradas suspeitas e, como tal, participadas ao Ministério Público”. Não foi, porém, especificado se estes indícios são sobre homens ou mulheres ou se se reportam a casos individuais ou coletivos e se estão ou não organizados em redes.

Recorde-se que Portugal recebeu, até 8 de março e segundo dados fornecidos pelo ACM, “mais de 58 496 pedidos de proteção temporária de cidadãos deslocados da Ucrânia, dos quais mais de 58% são mulheres, envolvendo 107 nacionalidades”. Já sobre as chegadas organizadas de grupos de cidadãos deslocados da Ucrânia, o organismo revela que as entradas “têm contado com a intervenção cooperativa de vários serviços – ACM, SEF, ISS, DGS, mas também das Equipas Multidisciplinares Especializadas para assistência a vítimas de tráfico de seres humanos”.