Um quarto dos homens espera que chefes tenham sexo com funcionárias

O movimento #MeToo tem ajudado a denunciar dezenas de casos de assédio sexual e já tirou de lugares de poder muitos dos homens que, nos últimos anos, abusaram de mulheres. No entanto, segundo os dados de um novo estudo encomendado pela CARE, uma organização humanitária sem fins lucrativos, ainda há um longo caminho a percorrer em todo o mundo.

Segundo esta investigação, que entrevistou 9400 adultos – homens e mulheres – de países como a Austrália, Equador, Egito, Índia, África do Sul, EUA, Reino Unido e Vietname, quase um em cada quatro homens considera que é aceitável um empregador esperar ter sexo com um empregado (na galeria de imagens acima fique a conhecer os sinais de alerta para o assédio sexual).

“Esperar ter sexo com o funcionário não faz parte do trabalho, é abuso sexual. Isto revela a epidemia global de assédio e abuso nos nossos locais de trabalho. Se agora sabemos como é difícil lidar com isto entre os produtores em Los Angeles, imagine como é difícil num lugar como uma fábrica no Bangladesh“, explicou Michelle Nunn à revista Fortune.

Já no Reino Unido, 35% das pessoas acredita que é aceitável apalpar o traseiro a um colega no trabalho.

Além deste dado preocupante, a investigação concluiu que o assédio sexual no trabalho ainda não é ilegal em quase um terço do mundo. Trinta e dois por cento das mulheres e vinte e um por cento dos homens revelaram ter sofrido assédio sexual ou agressões no local de trabalho.

Na Índia, um terço dos entrevistados (33%) considera aceitável assobiar para um colega. Já no Reino Unido, 35% das pessoas, com idades entre os 25 e os 35 anos, acredita que é aceitável apalpar o traseiro de um colega no trabalho.

Uma nova hashtag para as discussões sobre assédio sexual: #ThisIsNotWorking

Entre as mulheres que participaram no estudo, 65% acredita que o movimento #MeToo terá um impacto positivo nos seus países.

Na sequência destas novas informações, a CARE lançou uma petição para que seja criada uma nova regulamentação global para a “liberdade de violência no local de trabalho” e até criou uma nova hashtag para as discussões sobre assédio sexual: #ThisIsNotWorking.


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