Uma casa de sonho: transforme a sua com um bom plano

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Valorizar o espaço que habitamos é fundamental para nos sentirmos bem. Pensar no que queremos para a nossa vida é o primeiro passo para escolher a casa que nos enche as medidas e, podendo ou não mudar de morada, a decoração pode ser a chave para uma casa de sonho.

Facto 1: Os espaços em que vivemos influenciam diretamente a nossa perceção da realidade, a nossa disposição, o nosso bom humor. Estudos recentes da área da psicologia ambiental comprovam-no. Sabia que a maioria das pessoas prefere trabalhar em espaços com janelas amplas para o exterior? Sabia que um corredor de um dormitório universitário se tornou mais amigável para os estudantes quando foi segmentado em dois? Sabia que a existência de zonas verdes ao alcance da vista melhora a sensação de conforto quando uma pessoa chega a casa depois de um dia de trabalho?

Facto 2: Os portugueses passam mais tempo em casa. Recentemente, 38 % dos inquiridos de um estudo sobre hábitos de lazer respondeu que sai de casa cada vez menos para se divertir. Do total da amostra, 74% disse mesmo gostar agora mais de estar em casa do que de fazer qualquer atividade no exterior.

Por estas duas razões é fundamental pensar no espaço que habitamos como o lugar para recuperar as forças e estar bem com a família – não apenas como um lugar para depositar os corpos ao final do dia. É fundamental escolher bem a casa em que vamos viver e investir todo o nosso empenho na personalização dos espaços.

A casa onde vivo é minha

Esqueça os preconceitos sobre as casas alugadas. Comprada ou alugada, a casa onde vive é a sua casa, é o seu espaço, e não pode deixar de a personalizar ao seu gosto. Para isso, não se pode contentar com os acabamentos e as cores que o proprietário escolheu. Pense na vida que tem, na orgânica da família, nas coisas que lhe dão prazer e transforme a casa no seu lar.

Faça um plano mas não o siga à risca

Fazer um projeto decorativo ajuda a um melhor aproveitamento do espaço. Não é obrigatório recorrer a um profissional de decoração para ter uma casa bonita e funcional, mas é obrigatório pensar como ele. Olhe para a planta da casa e projete a localização dos quartos, da sala, da cozinha (sim, porque há casas em que as hierarquias das assoalhadas não estão estabelecidas à partida). Depois projete a ocupação de cada divisão, colocando na planta e à escala, o mobiliário, a iluminação e a decoração que pretende colocar. Há inúmeros simuladores na internet que podem ajudá-lo nesta tarefa de visualizar o que cabe e o que fica bem. Imprima tudo ou salve no seu desktop e consulte o plano sempre que pensar numa aquisição nova. Não precisa de prescindir de uma compra de impulso mas avalie no plano onde o novo item fica bem.

Comprar por partes

Nenhuma casa está completa até se mudar de casa e fechar a porta da primeira. Isto, para dizer que não vale a pena comprar tudo de uma vez – mesmo que o orçamento permita. A decoração de uma casa constrói-se devagar, é como o amor. Com o tempo vamos conhecendo melhor a incidência da luz, o recanto que não tínhamos reparado antes e tendo ideias para preencher espaços em branco. Quando se compra toda a mobília de uma vez o mais certo é fartarmo-nos dela mais depressa. Compre peça a peça, conjunto a conjunto, tendo a certeza de que gosta mesmo de cada coisa que vai ocupar um espaço da sua vida.

Segunda mão e peças de família

Como é que um espaço se torna mesmo original? Com artigos que já saíram de produção. Hoje ninguém quer ter uma casa que pareça um catálogo de uma loja de mobiliário. A forma mais fácil de combater essa tendência é misturar as peças feitas hoje com artigos de segunda mão. Se tiver essa possibilidade, procure em casa dos pais ou das tias as peças que os parentes já não usam mas que lhe são tão familiares quanto as recordações da infância. Lembra-se da cadeira que lhe estava destinada quando jantava com os avós? Traga-a para casa e vai ver que sorri sempre que olhar para ela. Não tendo um sótão onde procurar relíquias, procure nos armazéns de artigos em segunda mão a mesa de apoio que lhe falta, o aparador com linhas dos anos sessenta, a cadeira do designer desconhecido. Encontram-se verdadeiros tesouros e com um restauro ligeiro conseguem-se peças únicas.

A importância das peças boas

Uma peça boa pode durar uma vida inteira ou até mais. Um sofá Chesterfield há de sempre ser um clássico, uma daquelas peças que fica bem em todo o lado. Uma cadeira desenhada pelos Eames dará sempre um valor acrescentado a uma sala. Uma Chaise Longue LC4 do arquiteto modernista Le Corbusier nunca sairá de moda. Se uma peça boa pode dar sentido a uma decoração, pode ser também um bom investimento, na mesma medida em que uma joia pode ser uma aposta para o futuro. Um artigo indiferenciado pode não valer muito no mercado em segunda mão, mas um com referência e autor reconhecidos pode significar retorno do investimento.

Abusar das cores e das texturas

Sabia que o branco só é uma cor privilegiada da decoração há pouco tempo? Foi só nos anos 20 do século passado que se inventou esta tendência que perduraria até aos nossos dias. Muito antes disso, já se pintavam paredes, basta pensar em Pompeia. Foi Syrie Maugham que criou o branco integral para aplicar numa sala mas a época era a das grandes obras de arquitetura modernista e rapidamente a ideia das paredes brancas ganhou fãs. Convenhamos, a maioria dos portugueses vive em casas normais sem grandes pretensões arquitetónicas e o branco, nestes casos, empobrece mais do que valoriza. Dê cor às suas paredes. Se não estiver disposto a arriscar, comece pelos tons suaves. A diferença nota-se logo. Se não estiver mesmo disposto a desfazer-se do branco, pelo menos dê texturas às superfícies. Com vinil, papel de parede, gesso ou mesmo compostos de esferovite, conseguem-se efeitos mais acolhedores do que a plana parede branca.

A cozinha é só para comer?

A tendência já foi esconder a cozinha nas zonas de serviço. Já foi cozinha aberta em open space para a sala. Agora a tendência é tratar a cozinha como espaço nobre da casa, com direito a individualização e zona para receber convidados. Um estudo realizado em 2012 mostrava que 36% os portugueses que tratam a cozinha como área nobre do convívio social. Assim sendo, é imprescindível cuidar da decoração da cozinha não apenas como área de trabalho mas também como espaço para viver plenamente. Esqueça as fórmicas para a mesa de refeições. Opte por uma boa mesa de madeira com cadeiras confortáveis e escolha os armários da cozinha para arrumar o melhor serviço de jantar.

 

Imagem de destaque Ikea.