Uma criança de oito anos já comeu mais açúcar do que a avó uma vida inteira

Sim, o Natal e o Ano Novo são as piores épocas para fazer guerra ao açúcar. No entanto, é precisamente neste período que, pelo facto de se ingerir tanta guloseima, é preciso estar especialmente atento e controlar uma eventual (e futura) adição. Na galeria acima, fique a conhecer os sintomas que denunciam a dependência desta substância tão comum no quotidiano.

É que o consumo de açúcar nunca foi tão elevado como é hoje em dia, grande parte fruto da ingestão de produtos transformados e açucarados. Em apenas 30 anos, a presença deste alimento mais do que dobrou, passando de 11.6 % em 1982 para 22.9 % em 2012.

De acordo com o site francês La Relève et La Peste, uma criança de oito anos já ingeriu mais açúcar do que os seus avós numa vida inteira. Recuando ainda mais, a mesma plataforma diz que, em 1850, uma pessoa ingeria cerca de um quilo de açúcar por ano, hoje a conta está em – nada mais, nada menos – 35 quilogramas. Ora, números mais do que suficientes para estarmos perante um problema de saúde pública.

Consumo de refrigerantes caiu após aumento de impostos

Em Portugal, têm sido várias as iniciativas que têm procurado reduzir o nível de açúcar na alimentação do quotidiano. Porém, especialistas nacionais lembraram já, este ano, que uma criança ingere, em média e na sua alimentação, 20 pacotes de açúcar por dia.

Em fevereiro último, entrou em vigor a lei que taxava as bebidas açucaradas. Um estudo levado a cabo pela consultora Nielsen, divulgado em julho, apontava uma quebra no consumo de sumos, refrigerantes com e sem gás, bebidas energéticas e isotónicas na ordem dos 13,1%, mostrando que o aumento de preços era um fator dissuasor para a ingestão de açúcares. Os dados preliminares divulgados pelo Ministério da Saúde, em junho, apontavam uma quebra de consumo na ordem dos 72%, estimando uma receita de 80 milhões de euros decorrentes do encarecimento daqueles produtos.


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Ao nível europeu, o site francês revela que cada cidadão consome, em média, o equivalente a 17 colheres de café por dia. Já os americanos, ingerem ainda mais: 19,5 colheres diárias, mais do dobro do que é recomendado pela Associação americana para o Coração, que recomenda a ingestão de 6 a 9 por dia, por pessoa.

Açúcar: dependência e fonte de problemas para a saúde

A obesidade, a diabetes, as cirroses e o risco aumentado de AVCs são algumas das patologias graves que disparam com o consumo de açúcar. Mas há mais: tão presente no dia-a-dia, há especialistas que equiparam a necessidade de consumo deste alimento a uma dependência de nicotina, álcool ou mesmo heroína, tudo porque, após a ingestão, é produzida no cérebro uma sensação de recompensa.

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