Uma em cada 12 crianças sofreu abuso sexual ‘online’ num ano

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[Fotografia: Pexels/ Jonathan Borba]

“O estudo revela a necessidade urgente de tomar consciência e ação por parte do público e de quem desenha políticas públicas”. A frase é do investigador, especialista em bioestatística e professor no Departamento de Saúde Pública da universidade norte-americana da Georgia, Xiangming Fang, e surge na sequência da divulgação do estudo, do qual é também autor, que traz números negros para as crianças. Um em cada 12 menores está exposto a exploração e abusos sexuais online, refere a meta-análise que foi publicada esta terça-feira, 21 de janeiro, na revista The Lancet Child & Adolescent Health (cuja síntese pode ser consultada no original aqui).

Para o investigador da referida escola de Saúde Pública, “os rápidos avanços na tecnologia e o crescimento do acesso à internet e aos telemóveis , sobretudo nos países desenvolvidos, estão a por cada vez mais crianças em risco, a cada dia”.

As conclusões decorrem da análise de 123 estudos realizados entre 2010 e 2023, olhando com especial destaque para crianças e jovens com menos de 18 anos que foram expostos a todos os subtipos de abuso sexual online.

Com estes dados transpostos para o ano passado, a análise indica prevalências médias de solicitação e conversação de pendor sexual online (12,5%), captação, partilha e exposição não consensual de imagens e vídeos sexuais (12,6%), exploração sexual online (4,7%) e extorsão sexual (3,5%).

A equipa salvaguarda a “heterogeneidade nas estimativas de prevalência identificadas entre estudos e regiões” e pede, por isso, “mais investigação para tirar conclusões mais sólidas sobre a escala de abusos sexuais de menores e que têm lugar online.” Contudo, os investigadores consideram também que estes resultados podem e devem ser levados desde já a sério por decisores públicos e na tomada de medidas concretas para travar esta prevalência e este crescimento junto das crianças.