Uma em cada dez mulheres ‘corta’ no uso de produtos menstruais por dia por dificuldades financeiras

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[Fotografia: Pexels/Karolina Gabrowska]

A frequência com que muda um penso ou um tampão quando está com o período é preocupação de todas as mulheres, sobretudo por parte das que enfrentam dificuldades financeiras.

Segundo um inquérito realizado junto de 392 estudantes universitárias de cinco estabelecimentos de ensino superior portugueses, uma em cada 10 revelou que já sentiu dificuldades financeiras para adquirir produtos de higiene menstrual, fator que já condicionou a frequência com que trocam de produto menstrual durante os dias de período.

Resultados conhecidos no dia da Higiene Menstrual, que se assinala este domingo, 28 de maio. De acordo com a análise, ”cinco em cada dez revelam saber que gasta mais de 5 euros por mês em produtos de higiene menstrual”, lê-se no comunicado emitido pela marca que elaborou o estudo, a Intimina. Segundo a empresa de venda de produtos menstruais reutilizáveis, “duas em cada dez jovens, revelam que, por já usarem um produto menstrual reutilizável, não têm gastos mensais com o período”.

Mas quanto à larga maioria, “os tradicionais pensos e tampões descartáveis são os produtos mais usados, no entanto, são os mais caros, com 16% a revelar que gasta mais de 10 euros por mês em produtos menstruais”. “Por outro lado, duas em cada 10 jovens revelam que, por já usarem um produto menstrual reutilizável, não têm gastos mensais com o período”, acrescenta a mesma nota.

O estudo refere que “93% das estudantes inquiridas revela que nunca experimentou um copo menstrual e apenas 16% afirma que não se preocupa com a sustentabilidade na menstruação”.

Sobre o futuro e eventual mudança nos comportamentos, a análise indica que, “na gestão da higiene menstrual, seja a nível social, económico e sustentável, há, contudo, há um caminho a percorrer. Há quem sinta dificuldades em ter acesso a produtos de higiene menstrual (10,46%), quem não esteja preocupada com o impacto ambiental (16,8%) e quem não tenha noção da realidade da pobreza menstrual na sociedade (58,42%), pelo estigma que ainda existe em abordar estes temas”.