Os níveis de felicidade das mulheres portuguesas estão em crise e o período mais complicado está entre os 35 e os 49 anos. Uma em cada três portuguesas não está feliz e esta é uma das conclusões do estudo As Mulheres em Portugal, Hoje, que está a ser apresentado esta tarde de terça-feira, 12 de fevereiro, na Aula Magna, em Lisboa. Uma análise que reflete o que pensam e o que sentem as mulheres em Portugal. Conheça mais conclusões na galeria acima.
Com perto de 2,7 milhões de mulheres entre os 18 anos e os 64 anos auscultadas, uma amostra única em Portugal, a investigação quer por a nu as condições e os objetivos das mulheres em território nacional: o trabalho, as tarefas domésticas, os rendimentos, os filhos, a vida sexual e os orgasmos, a desigualdade salarial, os filhos e a felicidade. Estes são muitos dos parâmetros em análise nesta investigação.
Entre as recomendações que decorrem desta análise, a coordenadora Laura Sagnier vinca que “é imperioso implementar medidas que vão ao encontro de uma sociedade mais igualitária e justa sobretudo para com as mulheres”.
“A situação vivida por muitas mulheres é insustentável”, refere Laura Sagnier
Sagnier pede mais “consciência aos jovens”, insiste na “implementação de medidas que promovam, não a ajuda em casa, mas a co-responsabilidade entre membros do casal, quer na gestão dos filhos, quer nas questões financeiras”. Fora da esfera familiar, a economista lembra que o estudo aponta para o facto de ser “importante consciencializar empresas e sociedades e todos os que estão ativos no mercado de trabalho”.
A economista pede mais “estratégias que permitam minimizar as barreiras enfrentadas pelas mães e pais, sobretudo quando têm filhos menores” e lembra que “a situação vivida por muitas mulheres é insustentável”.
Coordenado por Laura Sagnier, economista e especialista em Market Intelligence, a análise vai ainda ser debatida esta tarde pelas sociólogas Anália Torres e Ana Nunes de Almeida e pela presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, Teresa Fragoso.
A tarde contará ainda com um segundo debate que irá pôr em perspetiva as condições das mulheres no mundo. Com a moderação da jornalista política e colunista do jornal Huffinghton Post, Ghida Fakry, a conversa contará com a presença de Samantha Power, antiga embaixadora dos Estados Unidos da América nas Nações Unidas, e Freida Pinto, atriz indiana que se destacou no filme Quem Quer ser Milionário e veio a terreiro afirmar recentemente que não trabalharia com Woody Allen, na sequência das acusações de agressão sexual feitas contra o realizador pela filha adotiva, Dylan Farrow.
[Em atualização]
Imagem de destaque: Shutrterstock
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