Usar óculos pode, afinal, ajudar a proteger contra a covid-19

Medical mask and Glasses fogging. Avoid face touching, Coronavirus prevention, Protection.
[Fotografia: Istock]

Quem usa óculos e máscara sabe, como ninguém, a dificuldade que é conciliar estas duas peças: seja por causa do embaciamento, seja por causa da conciliação de ambos no rosto, o que leva a que se esteja permanentemente a levar as mãos à cara.

Ora, esse movimento poderia levar a que houvesse uma maior probabilidade de contágio. Porém, investigadores na Índia apontam caminhos distintos e indicam precisamente o contrário. O oftalmologista Amit Kumar Saxena concluiu que pessoas que usam óculos regularmente têm até três vezes menos probabilidade de contrair a doença.

Recorde-se que o vírus também pode entrar no corpo através da membrana que cobre a parte frontal do olho: a conjuntiva.

De acordo com o estudo pré-impresso, as armações de proteção podem estar mantendo as partículas do coronavírus longe dos olhos, especialmente aquelas que permanecem nas próprias mãos da pessoa.

“O estudo mostrou que o risco de COVID-19 é de cerca de duas a três vezes menor na população que usava óculos do que na população que não os usava”, escreve o investigador no relatório divulgado na plataforma de pré-publicação de artigos científicos MedRxiv. “O uso prolongado de óculos pode evitar toques e fricções repetidas nos olhos”, afirma, ressalvando que “tocar e esfregar os olhos com as mãos contaminadas pode ser uma via significativa de infecção para o vírus SARSCoV-2”, acrescenta o médico Saxena.

Esta investigação reuniu 304 pacientes do norte da Índia, com covid-19, durante o verão de 2020. O autor do estudo reuniu informações sobre a história de cada pessoa com o uso de óculos, tendo calculado os riscos de infeção pelo novo coronavírus entre os os que usam óculos de forma permanente e aqueles que não usam. “O risco de COVID-19 foi encontrado de 0,48 na população que usa óculos, em comparação com 1,35 na população que não usa. A relação de risco calculada foi de 0,36”, explica o relatório.