Uso das redes sociais já ‘domina’ consultas na terapia de casal, diz especialista

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[Fotografia: Andrea Piacquadio/ Pexels]

As redes sociais são ferramentas benéficas para quem está numa relação à distância. No entanto, esta mudança tecnológica também afetou a forma como se vê o mundo e como as pessoas se relacionam.

“Talvez seja importante refletir sobre o impacto que todas as mudanças trouxeram para as relações afetivas: interessante perceber, por exemplo, que quando saíamos de casa sozinhos, esperávamos até voltar para falar por telefone com quem se namorava. E não por isto as pessoas viviam ansiosas. Hoje, se mandamos uma mensagem via um aplicativo, muitas pessoas se angustiam se não são respondidas rapidamente”, começou por explicar Alexandra Moreira, mestre em Psicologia pela Universidade Católica de Lisboa, terapeuta de casal/família e Pedagoga.

A terapeuta revelou ainda que no seu consultório “grande parte dos assuntos estão relacionados às regras de uso das redes sociais pelos membros da relação“.

“E quando se separa? Deixa de seguir, bloqueia, o que fazer com os amigos dela(e) nas redes? Quando voltar a ‘postar’? Comunica-se o fim da relação de que jeito? Quando mudar de ‘status’?”, são algumas das questões colocadas.

Contudo, o toque físico e os encontros continuam a ser bastante importantes. “Talvez eu seja uma terapeuta que ainda acredita muito no poder dos encontros. Sejam eles quais forem. Acredito que a gente só existe no encontro. Há partes de mim que eu talvez nunca conhecesse se não fosse por aquele determinado encontro. Muitas vezes o encontro com o outro faz-nos visitar lugares simbólicos que jamais visitaríamos sozinhos. E isto dependerá da qualidade desta relação, seja ela presencial ou não“, garantiu a especialista.