Uso de biquini no Andebol de Praia afinal só vai mesmo ser decidido em novembro

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Equipa GRD Leça - Andebol de Praia Feminino, treino na Praia da Madalena. (Fotografia: José Carmo / Global Imagens]

Tudo indica que a decisão internacional aponte para o fim do uso obrigatório do biquini no Andebol de praia. Porém, só em novembro, na Turquia, é que vai mesmo ficar decidido se o projeto prossegue ou não.

A explicação é dado ao Delas.pt pela Federação Portuguesa de Andebol de Praia. “A Federação Europeia apresentou a proposta da alteração do equipamento feminino, mas esta decisão ainda tem de ir a congresso internacional, que vai decorrer entre 8 e 11 de novembro, na Turquia, e só pode avançar se os países dos outros continentes concordarem”, alerta Pedro Sequeira.

O responsável pela modalidade crê que já não deverão haver recuos e que a intenção é “deixar em aberto a possibilidade de as equipas poderem optar pelo equipamento em vigor ou por um novo [permitindo calções até meio da coxa nos equipamentos femininos]”.

E se não houver consenso? A medida arrisca-se a não ver a luz do dia no mês que vem.

A Federação Portuguesa posiciona-se ao lado da europeia e vê com bons olhos o fim da obrigatoriedade do uso de biquini na prática do Andebol de praia por parte das atletas. “Para as mais jovens, o uso deste equipamento é sempre constrangedor. Falamos de atletas com 14,15, 16 anos e nem todas estão numa fase em que lidam tão bem com o corpo ou se sentem confortáveis a competir de biquíni. Mas têm acabado por se adaptar”, lembra Pedro Sequeira, justificando as razões pelas quais o uso de equipamento tão reduzido não tem sido tão polémico em território nacional.

“Cá em Portugal nunca houve esta discussão. Quando ela foi colocada às atletas há uns anos, as regras foram bem aceites, elas sempre viram os equipamentos como necessidade e utilidade técnicas e não com outro sentido”, reitera. E vai mais longe: “Em Portugal, em situações médicas comprovadas – em que as atletas tenham problemas com a exposição solar – tem havido equipamentos que revestem o seu corpo, esses casos mais concretos foram sempre sendo resolvidos em Portugal e todos aceitaram por unanimidade”.

Mas e agora?

Para a federação é claro, uma vez suspenso o uso da obrigatoriedade do biquini em competição, optando por equipamentos menos reduzidos, o responsável revela que a questão “vai ser colocada à consideração das atletas”. Uma decisão que, vinca Sequeira, terá de ser unânime na equipa uma vez que ninguém pode competir com equipamentos distintos. “Estou completamente convencido que será um processo pacífico. Elas têm opinião muito clara sobre o assunto.”

“Quanto aos clubes, creio que também eles farão o mesmo com as suas equipas para decidirem o que vão fazer, se mudam ou não os equipamentos”, afirma o responsável.

Um equipamento de marca branca pode custar 15 a 20 euros, os de marca serão mais caros, mas muitas vezes são assumidos pelos patrocinadores.