Uso excessivo de vibrador pode comprometer a saúde feminina

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Com ou sem companheiro/a, muitas são as mulheres que encontram o prazer no uso de brinquedos sexuais, como os vibradores. Até aqui tudo bem, desde que hajam alguns cuidados e nada de exageros. Exageros? Será possível utilizar um vibrador em excesso? Parece que sim.

Pelo menos foi o que aconteceu a Nadia Bokody, 34 anos. Depois de se divorciar do marido, decidiu comprar um vibrador e gostou tanto que este passou a ser uma companhia frequente no seu dia-a-dia. “Há muito tempo que não fazia sexo, mas ainda não estava pronta para ter intimidade com alguém. Então, depois de algumas pesquisas online, decidi adquirir um vibrador”, contou Nadia ao jornal britânico The Mirror.

Apesar de ser jornalista e de escrever sobre sexo e saúde feminina, Nadia nunca havia experimentado um vibrador e quando o fez gostou: “Fiquei obcecada em usá-lo devido à facilidade e à velocidade com que conseguia sentir prazer, depois de meses num casamento sem sexo”, revelou. Acrescentando ainda: “Foi incrivelmente libertador assumir o controlo da minha sexualidade dessa forma e pela primeira vez”.

Só na primeira semana chegou a utilizá-lo cerca de seis vezes por dia na potência máxima, o que acabou por não correr bem a nível de saúde. “Depois de algumas semanas a usar o meu brinquedo para adultos, comecei a sentir uma dor pélvica”. Sem se aperceber da causa, Nadia procurou um médico e realizou todos os testes para despistar possíveis Doenças Sexualmente Transmissíveis. Todos eles deram negativo e o especialista começou a fazer perguntas mais específicas. “Foi aí que me percebi que a dor era resultado do uso excessivo e regular do vibrador!”.

Porque é que tal aconteceu? O facto de Nadia estar há algum tempo sem relações sexuais influenciou: “Com a ausência de sexo a vagina fica com mais atrofia, com menos elasticidade e a parte da mucosa da vagina torna-se mais sensível”, explicou ao Delas.pt Maria do Céu Santo, especialista em ginecologia. E continuou: “O que é que pode acontecer? Por causa da fricção, a zona íntima pode sofrer uma dermatite de contacto. E isso pode acontecer tanto na pele da vagina – na mucosa –, como na da vulva. Caso aconteça, pode recorrer-se às pomadas utilizadas pelos bebés quando estão ‘assados’”.

Deixar o brinquedo sexual de lado por uns tempos é também fundamental para recuperar. E foi isso que Nadia fez. Agora diz ter aprendido a lição, querendo apenas alertar as mulheres para que não passem pelo mesmo: “O principal a ter em conta, quando se tenta algo novo, é em ir devagar – aprendi a lição da pior maneira”, referiu, alertando para “não se utilizar a configuração turbo da primeira vez” e tentar “não ficar muito empolgado!”.

Além disso, Maria do Céu Santo recomenda o uso de um lubrificante vaginal para diminuir o atrito durante a penetração e caso esteja acompanhada não deve dispensar os preliminares. Estas são dicas que mesmo quem tem relações sexuais regulares deve ter em conta – as mulheres não são todas iguais, existindo algumas que possam produzir menos lubrificação ou demorar mais a ficar lubrificadas.

Apesar da situação pela qual passou, Nadia não se afastou dos brinquedos sexuais, muito pelo contrário, ela expandiu ainda mais a sua coleção, avançou o The Mirror.

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