Vai fazer uma cirurgia estética à mama? Então, saiba e ajude a combater o cancro

cancro mama
[Fotografia: Istock]

Procura-se tecido mamário saudável para estudar o cancro de mama metastático. Este bem podia ser o slogan de uma nova campanha de investigação em Portugal, lançada a 1 de outubro, no mês em que se evoca a doença, e que quer encontrar respostas para um tipo de tumor mamário que tem uma taxa de sobreviva a rondar os 30%.

Por comparação, recorde-se, o cancro da mama primário tem atualmente uma taxa de êxito de tratamento a rondar os 85%.

É a pensar nesta discrepância do cancro de mama metastático, cada vez mais comum, que o Instituto de Medicina Molecular – João Lobo Antunes está a criar uma nova linha de investigação para encontrar as razões e saber como agir para evitar tão alta taxa de mortalidade.

Karine Serre é a responsável pelo novo IMM-Laço Hub e está agora a estabelecer as bases e as amostras para o que vai ser estudado a breve trecho. Para a investigadora em Oncoimunologia, urge criar linhas de parceria. “Temos necessidade de ter acesso a tecidos não problemáticos, que servirão para estudo e de controlo e comparação face a tecidos com cancro”, explica a responsável pela nova linha de investigação do IMM-Laço Hub ao Delas.pt.

Ao detalhe, Karine Serre explica: “A minha ideia, atualmente, vai ser encontrar cirurgiões plásticos que aceitem trabalhar connosco, levando a que as pessoas que vão fazer uma plástica mamária ou remoção de tecidos ou melhoria estética aceitem dar um pouco do seu tecido saudável, para que possa ser estudado e comparado depois. Vamos tentar contactar essas pessoas para pedir um tecido.”

E insiste: “Precisamos de saber se clínica ou cirurgiões plásticos estão interessados em entrar neste projeto e entrar neste circuito. Precisamos de pessoas completamente saudáveis e que, fazendo uma operação por outra razão, neste caso estética, aceitem doar um pouco para a investigação.”

As parcerias, porém, não se esgotam aqui, sobretudo numa altura em que o tempo urge e em que há especialistas que temem uma vaga de cancros em Portugal “entre três a cinco anos” pós-pandemia. “Vamos também fazer um circuito com a Oncologia. Estamos com o Luis Costa, diretor de Serviço de Oncologia do Santa Maria, mas também vamos contactar os outros