Variante mais agressiva pode levar a novo confinamento, antecipa Graça Freitas

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[Fotografia: Gerardo Santos/Global Imagens]

É um dos três cenários possíveis e está longe de ser descartado. A diretora Geral da Saúde, Graça Freitas, não descarta qualquer possibilidade ainda que seja, como refere “pior cenário, não o mais plausível, mas possível”.

A responsável vinca, em entrevista ao Diário de Notícias, que “se aparece uma variante que escapa às imunidade que já construímos, uma variante agressiva que traz de novo a propagação e formas graves da doença, com potencial para aumentar internamentos e a taxa de letalidade (…) este cenário preocupa-nos, porque pode resultar num retrocesso. Em última análise pode levar-nos de novo a confinamentos seletivos ou generalizados, que é ao que estamos a assistir em alguns países”, refere.

Na mesma entrevista, Graça Freitas detalha que o Plano Referencial Outono-Inverno 2021-2022 inclui os três cenários. “O primeiro cenário é o que vivemos, perfeitamente estável, o segundo é aquele em que a efetividade da vacina começa a cair, havendo necessidade de fazer reforços para aumentar a proteção da população, é o que estamos a fazer agora com a população de maiores de 65 anos, e o terceiro, o pior, é aquele em que apareceria uma nova variante, mais agressiva”, explicitou

Recorde-se que recentemente ficou a conhecer-se uma nova subvariante da Delta, a AY.4.2 e que está gerar impacto epidemiológico de relevo, conduzindo alguns territórios já à decisão do novo confinamento. O relatório das linhas vermelhas, de sexta-feira, 22 de outubro, trazia já dados sobre esta variante da covid-19.

O documento confirmou que foram detetados nove casos de uma sublinhagem da Delta, denominada AY.4.2, que tem “suscitado particular interesse na comunidade científica internacional devido ao seu aumento de frequência no Reino Unido nas últimas semanas”. Estes nove casos foram registados entre 24 de agosto e 4 de outubro e representam várias introduções independentes desta sublinhagem da Delta, variante que continua a ser a prevalente em Portugal, com uma frequência relativa de 100% há várias semanas.