Maria Seruya é artista plástica e considera que a velhice é a melhor idade para as mulheres. Na exposição Velhas Bonitonas que abre este domingo, 20 de maio, e ficará patente até à primeira semana de junho, na carpintaria do Museu da Carris, em Lisboa, estarão expostos desenhos e pinturas. Com a sua obra, Maria Seruya pretende dar a conhecer a beleza que há nas rugas.

Maria Seruya no Museu da Carris, em Lisboa, junto a uma das suas pinturas Velhas Bonitonas. ( Nuno Pinto Fernandes/ Global Imagens )

Maria Seruya diz ter iniciado este projeto há dois anos, de forma espontânea: “Queria fazer desenhos que eu gostasse de ver. Comecei a fazer estas imagens de forma espontânea, não sabia onde é que isto me ia levar e, de repente, pessoalmente, começo a ficar muito mais forte. Durante estes dois anos a minha vida mudou mesmo. Estou mais forte, mais mulher.”

O projeto Velhas Bonitonas, que começa por ser uma ideia de empoderamento das mulheres mais velhas, acaba por se tornar um processo de empoderamento pessoal da artista. “As pessoas vinha falar-me das suas vidas, por causa dos desenhos, e ainda ficava mais inspirada. Quando dei por mim já estava a fazer palestras sobre envelhecimento e sobre o meu trabalho.”

Numa extensão do seu trabalho artístico, Maria Seruya criou em parceria com a Associação Cabelos Brancos, uma formação de preparação para o envelhecimento. Nesses workshops Velhas Bonitonas – Como Ser Uma Delas, são reforçadas competências sociais, psicológicas e artísticas das mulheres, e também de alguns homens, que os frequentam.

“A beleza – a tal beleza real de que se fala agora tanto – é essa, a que vem da liberdade de sermos quem somos. Eu senti dentro de mim essa beleza real.”

Maria acredita profundamente que a beleza e a liberdade andam de mãos dadas. “Independentemente da idade, do género, da cor, cada um de nós tem de ser livre. Cada pessoa tem de ser o que é. A beleza – a tal beleza real de que se fala agora tanto – é essa, a que vem da liberdade de sermos quem somos. Eu senti dentro de mim essa beleza real.”

É essa segurança que Maria Seruya e as suas telas passam agora a quem as observa. Mas a artista quer colocar-se ainda mais ao serviço do desenvolvimento pessoal dos outros. “Gostava de fazer mais pela sociedade. Vou fazer uma pós-graduação na área do envelhecimento, para ter uma base científica, e acredito que darei assim mais força ao projeto.”


A exposição Velhas Bonitonas, de Maria Seruya, está na Carpintaria do Museu da Carris, em Lisboa, de 20 de maio a 4 de junho. Não perca!