Os homens heterossexuais vão deixar de ser os únicos a poder ter uma boneca sexual com inteligência artificial. A pensar no sexo feminino, a empresa Relbotix, que já tinha desenvolvido a Harmony, a primeira boneca sexual com estas características, está a criar um boneco baseado na típica imagem masculina, com abdominais definidos e capaz de ter uma ereção.
Apesar de ainda não estar terminado – o pénis biónico do boneco ainda está a ser desenvolvido -, a Relbotix não tem dúvidas sobre o sucesso que o produto vai ter. Até porque Matt McMullen, CEO da empresa, já tem experiência na área. Dirige a empresa norte-americana RealDoll, que vende bonecos sexuais de silicone e sem inteligência artificial, e o êxito tem-se mantido há vários anos.
Prevê-se que esta nova criação fique disponível no mercado ainda em 2018, por cerca de 10 mil dólares (8 mil euros). Para já, o criador deixa uma garantia: este novo robô será “melhor do que um vibrador” e estará à venda em diversas versões com diferentes tamanhos, tons de pele, cor dos olhos, silhuetas e dimensão do órgão sexual.
“O importante é que as pessoas saibam que isto é muito mais do que um brinquedo sexual”
Com este novo investimento, o empresário quer desmistificar a ideia de que os brinquedos sexuais são apenas feitos a pensar nos homens e com o intuito de objetificar as mulheres.
“Naquilo que estamos a fazer temos o mesmo interesse na versão masculina e na feminina. O importante é que as pessoas saibam que isto é muito mais do que um brinquedo sexual”, explicou Matt McMullen, acrescentando que muitas mulheres mostraram interesse em adquirir estes robôs “como companhia para falar e interagir”.
“A chegada de robôs sexualmente responsivos vai ter grandes consequências”
Perante estes avanços tecnológicos, o autor David Levy, especialista nesta temática, prevê que até 2050 os humanos comecem a casar com estes robôs.
“Não tenho dúvidas de que alguns vão achar estranho, mas podemos ter a certeza disto: a chegada de robôs sexualmente responsivos vai ter grandes consequências. Os robôs sexuais vão preencher um grande vazio na vida das pessoas solitárias que não são amadas, criando uma satisfação emocional e sexual que vai substituir a solidão e a frustração sexual“, afirmou David Levy ao jornal britânico Daily Mail.
Helen Driscol, professora de psicologia e investigadora da Universidade de Sunderland, no Reino Unido, concorda com a previsão do autor.
“O facto é que as pessoas já se apaixonam por personagens ficcionais sem terem qualquer hipótese de as conhecerem ou interagirem com elas. Afinal, um parceiro virtual é melhor do que nenhum parceiro. À medida que a realidade virtual se torna mais realista e capaz de imitar e melhorar a experiência sexual com um parceiro humano, é possível que algumas pessoas a prefiram em vez de fazerem sexo com um humano imperfeito“, sublinhou Helen Driscol, num artigo publicado no Huffington Post.
