Vestido de Kate Middleton nos BAFTA gera discussão

A duquesa de Cambridge não costuma falhar em matéria de guarda-roupa, mas nos “óscares” do cinema britânicos, os BAFTA (Academia Britânica de Artes do Cinema e Televisão) Awards, que decorreram na noite de domingo, 18 de fevereiro, Kate Middleton deixou todos na dúvida. Na verdade, tinha sido pedido para que, em nome das vítimas de assédio sexual e pelo movimento Time’s Up, as estrelas da gala se vestissem de preto para prestar aquela homenagem.

Kate Middleton nos prémios BAFTA, em 2018 [Fotografia: Pool New/reuters]
Porém, a mulher do príncipe William – grávida de sete meses do terceiro filho – escolheu um vestido longo que, à luz dos flashes, é verde-escuro, tem apontamentos pretos, da responsabilidade da criadora Jenny Packham e instalou a confusão (percorra a galeria de imagens acima para ver o vestido de Kate Middleton ao pormenor).

Geralmente, e é importante sublinhar, a família real britânica tem por mote posicionar-se à margem de protestos e de tomadas de posição de natureza política, e esta opção vem questionar qual o lado da coroa inglesa nesta matéria. Ou seja, as perguntas que têm sido feitas são, por um lado, se aquele verde é escuro o suficiente para marcar uma posição e, por outro, se o vestido ganhou aquela cor à conta dos flashes, sendo decididamente escuro?


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Aguarda-se, então, um posicionamento oficial. Paralelamente, estrelas femininas do mundo do cinema foram tudo menos subliminares. As atrizes Angelina Jolie, Lupita Nyong’o e Jennifer Lawrence foram algumas das atrizes que se trajaram de negro para marcar uma posição.

‘Três cartazes à beira da estrada’ entre os vencedores da noite

O filme “Três cartazes à beira da estrada”, de Martin McDonagh, foi o o grande vencedor da 71.ª edição dos BAFTA, com cinco prémios: melhor filme, melhor filme britânico, melhor argumento original, melhor atriz, para Frances McDormand, e melhor ator secundário, para Sam Rockwell. A longa-metragem narra a história de uma mãe em busca de justiça depois da morte da filha.

Na categoria de melhor realizador, o galardão foi entregue ao cineasta mexicano Guillermo del Toro, de 53 anos, por “A forma da água”, sendo a segunda vez que recebe um BAFTA, depois de ter conquistado, em 2007, na categoria de melhor longa-metragem em língua inglesa, por “O labirinto do Fauno”. “A forma da água” decorre em Baltimore, nos Estados Unidos, nos anos 1960, e narra uma história de amor entre uma jovem que trabalha num laboratório de alta segurança do governo, e uma criatura humanoide anfíbia que se encontra aprisionada. O filme também venceu os BAFTA nas categorias de melhor música (Alexandre Desplat) e desenho de produção (Paul Austerberry, Jeff Melvin e Shane Vieau).

O BAFTA para melhor ator foi entregue ao britânico Gary Oldman pela sua interpretação de Winston Churchill em “A hora mais negra”, de Joe Wright. O realizador e produtor britânico Ridley Scott recebeu o BAFTA honorífico pela sua contribuição para a indústria cinematográfica e foi aplaudido de pé pelo público presente na cerimónia, que decorreu no Royal Albert Hall. “Não me quero comover, mas na verdade, estou emocionado. Há 40 anos que faço neste trabalho, e é a primeira vez que me dão algo“, declarou.

Roger Deakins, por “Blade Runner 2049” recebeu o BAFTA na categoria de melhor direção de fotografia, Allison Janney conquistou o galardão na categoria de melhor atriz secundária em “Eu, Tonya”, de Craig Gillespie, e o filme “Dunkerque”, do britânico Christopher Nolan, venceu na categoria de melhor som.

“Chama-me pelo teu nome”, do italiano Luca Guadagnino, venceu o galardão para melhor argumento adaptado (James Ivory), e “I Am Not Your Negro”, do realizador haitiano Raoul Peck, ganhou o BAFTA para melhor documentário.

O britânico Daniel Kaluuya recebeu o BAFTA para melhor intérprete revelação, único prémio votado pelo público, pelo papel de Chris Washington, no filme “Get Out”. “Coco“, do norte-americano Lee Unkrich, conquistou o prémio para o melhor filme de animação, e Mark Bridges foi galardoado com o BAFTA para melhor guarda-roupa por “Linha Fantasma”, dirigida por Paul Thomas Anderson. O filme coreano “A Donzela”, de Chan-Wook Park, ganhou o BAFTA de melhor filme em língua não inglesa.

CB com Lusa

Imagem de destaque: Pool New/Reuters