Vício nas redes sociais: hábitos a ter para parar de fazer scroll

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O vício das redes sociais não é um assunto de agora, mas tem-se vindo a acentuar numa altura em que a Internet é um dos maiores meios para nos mantermos ligados – mesmo à distância. A Covid-19 mudou muitos dos nossos hábitos e há que manter a nossa relação com o digital saudável.

O documentário O Dilema das Redes Sociais, por exemplo, disponível no catálogo da Netflix e que rapidamente se tornou um dos fenómenos da plataforma de streaming vem mesmo no momento mais oportuno: a pandemia provocada pelo novo Coronavírus deixou-nos, entre outras coisas, viciadas nas redes sociais.

E que atire a primeira pedra quem não deu por si nos últimos meses agarrada ao telemóvel por mais de duas horas seguidas. Sim, as redes sociais estão ainda mais viciantes e ainda que seja impensável pedir para que deixe de fazer um scroll constante no seu feed, há algumas dicas que a podem ajudar a controlar este vício desmedido.

Na verdade, existe uma razão científica que explica o porquê de termos sempre a necessidade de andarmos para baixo no nosso feed, seja ele em que rede social ou site for. De acordo com Kaz Nelson, professor associado da Escola de Medicina da Universidade de Minnesota em Minneapolis, entrevistado pelo Huffpost, o cérebro humano está sempre à procura de ameaças à sua segurança e bem-estar, a fim de nos preparar para que está por vir. E, assim, estamos sempre à procura de mais e mais informações.

Ainda que, em muitos casos, as redes sociais atualmente sirvam para falar com familiares e amigos, há muitas pessoas que pesquisam apenas pela próxima má notícia. “Quando lemos notícias perturbadoras, a resposta à ameaça é ativada”, afirmou ou especialista, acrescentando que “isto pode ser útil se nos ajudar a estar cientes das verdadeiras ameaças à nossa segurança e saúde e nos motivar a trabalhar para abordar ou responder à ameaça. É por isso que é tão tentador passar de página em página. O nosso cérebro percebe que estamos a fazer algo essencial e produtivo”, reitera.

No entanto, há um limiar em que este scroll constante deixa de ser saudável e há que saber encontrar um equilíbrio. Veja algumas dicas que a podem ajudar na procura incessante por mais e mais informação.

Tenha um horário fazível para mexer no telemóvel

Seria quase impensável colocar um horário que limite a utilização do seu telemóvel por apenas uma hora por dia. O primeiro passo é, de forma consciente, elaborar um horário ou tempo limite em que está nem scroll constante do seu feed, evitando que sobrecarregue o seu cérebro com este tipo de pesquisa e controlo. Avalie quanto tempo tem passado nas redes sociais e sites noticiosos e coloque um limite a si mesma. Faça um horário como: passar no máximo uma hora seguida, sendo que 15 minutos são para o Instagram, outro 15 para o Youtube e por aí adiante. Assim, evita ficar presa apenas numa plataforma, criando um círculo vicioso.

Examine os seus sentimentos

É muito importante saber que tipos de sentimentos nos surgem quando estamos a mexer no telemóvel e a procurar informações. Será que ficamos mais ansiosas? Mais stressadas? Mais inquietas? É importante fazer este tipo de reflexão, de forma a saber exatamente o que deve ou não procurar para si, para o bem da sua saúde mental. Tente antes pesquisar por conteúdos que a deixem feliz e relaxada.

Não pegue no telemóvel logo que acorda

Sabemos que esta técnica é difícil, até porque na maioria das vezes o nosso telemóvel é também o nosso despertador. No entanto, tente não acordar e ir logo ver as mil e uma notificações que a noite lhe trouxe. Tente retirar o acesso a esta tecnologia nos primeiros 30 minutos do dia, quase como que um pequeno detox deste aparelho, focando antes de mais na sua rotina de beleza e refeição diária. A sua produtividade irá também melhorar, porque não estará logo a pensar em todas as notícias que poderia estar a ver – há um afastamento do dispositivo.

Desligue as notificações

Sim, esta técnica é antiga mas muito importante. A verdade é que sempre que o nosso telemóvel vibra (ou mesmo quando não o faz), temos tendência a ir logo pegar nele. Quando não o conseguimos fazer, ficamos ansiosas. O truque mais prático para que isto não aconteça (e não seja uma distração para si), é mesmo desligando as notificações e focar-se naquele horário que já deveria ter feito para o uso do telemóvel (por exemplo, apenas à hora de almoço ou em pequenas pausas específicas).

Tenha outros hobbies

Se a nossa vida se tornar muito sedentária, é normal que o telemóvel e as redes sociais sejam quase como que um escape e entretém. Para que não fique tão viciada e dependente, reserve uma parte do seu dia para fazer algum tipo de atividade mais dinâmica, didática e criativa. Pintar um quadro, tirar um curso ou meditar são apenas algumas sugestões. Este tipo de atividades que a façam sentir bem fará com que liberte mais dopamina (hormona da felicidade) e se sinta melhor consigo mesma. Um pequeno passeio pelo quarteirão também é sempre boa ideia, aproveitando também para fazer um pouco de exercício físico.

Reveja as pessoas que segue

Tire um tempo para ver as contas que segue nas redes sociais e veja se realmente fazem todas sentido. Opte por seguir pessoas que a inspirem e que lhe tragam conhecimentos ou dicas úteis para o seu dia-a-dia. Se vir que existe algo que a deixa mais ansiosa, opte por apagar.