14/11/2018
Carolina Deslandes juntou na terça-feira a equipa, os vencedores de um passatempo que fez no Instagram, os fãs mais antigos e a família num concerto no Capitólio, em Lisboa, para lançar um novo single e despedir-se da tour de 2018. Durante o espetáculo, o palco foi invadido por uma menina, vestida de bailarina, que fugiu dos braços da mãe para ir roubar o microfone à cantora – pode ver os vídeos do momento abaixo.
Em menos de 24 horas, o videoclipe do terceiro e último single do álbum Casa (pode vê-lo no topo do texto), lançado em abril deste ano, já conta com mais de 21 mil visualizações. Ao Delas.pt, a cantora explicou porque escolheu a canção Adeus Amor Adeus para fechar este capítulo.
“Os outros dois singles do disco [A Vida Toda e Avião de Papel] são canções extremamente felizes e o álbum também tem músicas um bocadinho mais tristes, saudosistas. Foi esse equilíbrio que o tornou tão especial para mim. Com este single quis mostrar um bocadinho o outro lado do disco, este lado mais triste, mas não no sentido depreciativo da palavra. Acredito que há beleza e inspiração na tristeza”, afirmou Carolina Deslandes.
Na última cena do videoclipe, a protagonista surge entre várias cordas. Uma imagem a que a mãe de Santiago e Benjamin recorreu para falar de outro lado do amor.
“Na minha cabeça, sempre que imaginava o vídeo via duas pessoas presas por várias cordas, quase como se as cordas fossem memórias, sentimentos, motivos. E queria que essas cordas se rompessem, que é o processo de libertar o outro, deixá-lo ir. Fala de um lado do amor que quase nunca é abordado: amar também é respeitar a decisão de uma pessoa não querer ficar“, contou a cantora.
“Não sou uma pessoa que esteja habituada a vencer”
Com este terceiro álbum, Casa, Carolina conseguiu a consagração junto do público português. Teve casa cheia nos mais de 60 concertos que deu desde abril e liderou os tops nacionais de vendas. Algo que a cantora não esperava quando lançou este trabalho.
“Não estou habituada a ter casas cheias nem números uns. Não sou uma pessoa que esteja habituada a vencer. Estou habituada a trabalhar e gosto muito daquilo que faço, por isso é que me continua a dar gozo. Nunca tive esse tipo de reconhecimento até este ano. É por isso que continua a ser uma novidade e será assim durante muito tempo. Ainda não me consegui habituar. Não sei até quando vai durar. Vou aproveitar agora”, disse a jovem de 27 anos.
“Na música pop não há muitas figuras femininas a fazer esse tipo de sala”
Em março do próximo ano, Carolina Deslandes sobe pela primeira vez aos palcos dos Coliseus – 15 de março em Lisboa e 19 de março no Porto – para dar um concerto em nome próprio. Dois espetáculos que, para a cantora e compositora, são um sonho tornado realidade.
“O meu manager convenceu-me a fazer Coliseus. Tenho sempre muita ansiedade no que toca a fazer uma sala e vender bilhetes. Isso stressa-me bastante. Disse-lhe: ‘Ok, já me convenceste. Vamos fazer, mas não me digas quando vais marcar nem mais nada.’ Vou aos Coliseus desde que me lembro de ser gente ver as maiores bandas e artistas nacionais e internacionais. Sempre foi aquela meta muito longínqua. Honestamente não pensava atingi-la já”, confessou Carolina.
A autora de A Vida Toda já atuou algumas vezes nos palcos dos Coliseus, como convidada de outros artistas. Para si, fazê-lo em nome próprio, também é um marco importante para todas as artistas portuguesas que fazem música pop.
“Ser convidada é diferente. Na música pop não há muitas figuras femininas a fazer esse tipo de sala. Temos muitas fadistas, mas na música pop não temos praticamente nenhumas. É uma responsabilidade grande e fico muito contente por estar a dar este passo, ainda que tenha sido um pouco obrigada”, sublinhou a cantora.
“Tenho sempre muita ansiedade no que toca a fazer uma sala e vender bilhetes.”
Estes dois concertos também vão marcar o início da tour de 2019, com novo alinhamento e cenário. Se durante este ano o palco de Carolina se transformou num jardim, em 2019 não será igual.
“Os meus cenários são feitos pela Mariana da Bernarda, um cenógrafa incrível. Este sábado, em Guimarães, vai ser a última vez que vamos usar este cenário, algo que também me vai dar muita pena, para ser sincera. Isto foi tudo feito à mão pela Mariana, cada florzinha, cada planta que ali está, e por isso tem um valor muito especial para todos nós. Sabemos o trabalho que deu e já estamos habituados ao nosso jardim“, acrescentou Carolina Deslandes.
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