Violação entre os crimes violentos que mais subiram em 2021, diz relatório

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[Fotografia: Anete Lusina/Pexels]

O Relatório Anual de Segurança Interna de 2021 (RASI) avança que no ano passado se registaram 397 crimes de violação, mais 26% do que em 2020. Tal significa o maior aumento proporcional em matéria de crimes violentos e graves face a período homólogo

“Tendo precisamente em consideração os efeitos provocados pela pandemia, […] o que é certo é que há uma diminuição do roubo na via pública, por esticão, em tudo o que tem a ver com o espaço público. Por outro lado, aumentou o número de crimes violentos em espaços de confinamento. O caso das violações demonstra que o confinamento teve efeitos desse ponto de vista”, afirmou, citado pelo Jornal de Notícias, o ministro da administração interna, José Luís Carneiro.

Sobre o aumento do crime de violação, o documento destaca a relação de conhecimento entre o autor e a vítima, maioritariamente do sexo feminino entre os 21 e os 30 anos, mas considera que no futuro “merece particular atenção” o número de desconhecidos sem relação com a vítima e os jovens constituídos arguidos.

O RASI faz uma comparação entre os períodos de confinamento em 2020 e 2021 devido à pandemia de covid-19, referindo que o período de janeiro a fevereiro registou um decréscimo acentuado, uma vez que em 2020 ainda não vigoravam medidas restritivas.

O período de março a maio regista um aumento considerável nos níveis de criminalidade, uma vez que compara com o período anterior, onde se registaram as medidas mais restritivas.

Ainda de acordo com o documento, o roubo a bancos registou o maior aumento, com 21 casos, mais 61,5% em relação a 2020. Destaque ainda para os 789 crimes de extorsão (mais 19,5%), 161 roubos a viaturas (mais 15,2%) e 629 crimes de ofensas à integridade física voluntária grave (mais 9,2%).

A criminalidade violenta e grave registou 11.614 participações em 2021, menos 855 crimes do que em 2020 (redução de 6,9%), indica o RASI, que congrega os crimes participados e investigados pelos oito órgãos de polícia criminal (GNR, PSP, PJ, SEF, ASAE, Polícia Marítima, Autoridade Tributária e Polícia Judiciária Militar).

Entre os crimes que mais desceram estão o roubo a posto de abastecimento (menos 26,3%), roubo a residências (-22,5%9), por esticão (-20,9%), roubo a posto de abastecimento de combustível (18,4%), rapto, sequestro e tomada de reféns (-9,8%) e roubo na via pública exceto por esticão (-8,3%), bem como o homicídio voluntário, que desceu 8,6%.

No ano passado, a criminalidade participada às forças e serviços de segurança aumentou 0,9%, registando 301.394 denúncias, mais 2.597 do que em 2020.

De entre as subidas, o relatório, que aprovado no Conselho Superior de Segurança Interna, realça as outras burlas (mais 12,6%), condução de veículo com taxa de álcool (mais 12,4%), e burlas informáticas e nas comunicações (mais 7,7%).

Sobre o aumento do furto de catalisadores, o RASI indica que nos dois últimos anos este crime tem vindo a merecer, por parte das forças de segurança, “um maior acompanhamento e combate”, registando em 2021 6.042 ocorrências, representando um aumento de mais 5.265 casos comparativamente com o ano anterior.

De acordo o relatório, Lisboa, Setúbal, Porto, Faro e Santarém são as áreas com mais incidência.

As descidas mais relevantes da criminalidade participada foram o furto de edifício comercial ou industrial com arrombamento, escalamento ou chaves falsas (menos 18,3%). Furto de veículo motorizado (-13,8%) e furto a residência com arrombamento, escalamento ou chaves falsas (-8,2%).

CB com Lusa