Violência contra as mulheres: Quatro vídeos que tem mesmo de ver

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[Fotografia: Istock]

Da violência exercida no lar em tempo de teletrabalho provocado pela covid-19, à exploração sexual e agressão online contra as mulheres, passando pela mutilação genital feminina, do assédio sexual, dos casamentos infantis e das mulheres migrantes e refugiadas.

Vídeos lançados esta quarta-feira, 25 de novembro, a propósito do dia da Eliminação da Violência Contra as Mulheres e que querem mostrar as agressões perpetradas contra o sexo feminino e que são bem mais amplas do que possam parecer num primeiro olhar.

Campanhas que não excluem iniciativas de natureza diferente como a da cantora Carolina Deslandes, que lança esta noite um EP com temas sobre as mulheres e as suas circunstâncias.

 

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Mais pedidos de ajuda na segunda vaga

Campanha governamental pede que colegas de trabalho e empresas estejam atentas a sinais de violência doméstica em tempo de teletrabalho. Uma mensagem que fica clara em #EuSobrevivi e que chega no mesmo dia em que é revelado que, desde setembro e até agora, a Rede Nacional de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica já acolheu mais mulheres e menores do que ao longo de toda a primeira vaga.

Segundo dados avançados pela Secretaria de Estado para a Igualdade e Cidadania, foram efetuados 1706 acolhimentos – 309 mulheres, 304 menores e 12 homens -e conseguidas 150 autonomizações nesta segunda vaga e que compara com a primeira: 48 acolhimentos – 499 mulheres, 328 menores e 21 homens – e 370 autonomizações.

Veja o video da campanha abaixo:

Prostituição e todas as agressões contra mulheres

O Movimento Democrático de Mulheres evoca a violência e lembra, entre outros aspetos, aquela que é exercida através da exploração sexual das mulheres e do corpo delas num “negócio de milhões”. Um video que aborda ainda a violência doméstica e a agressão sob todas as formas incluindo a online.

Mutilação feminina e migração

Estes são apenas dois dos temas abordados no vídeo elaborado pela Associação fundada pela apresentadora da RTP1, Catarina Furtado. A Corações com Coroa convoca atenções para “o facto de a violência sobre as mulheres de todas as idades e países ser uma pandemia silenciosa onde a vítima não é responsável pela violência, mas sim o agressor”, refere o comunicado enviado às redações.

Uma campanha que vinca que “a mutilação genital feminina não é um direito, é crime, é preciso prevenir e transformar padrões de comportamento, porque ser chefe não é ser dono e que o casamento infantil, que corresponde à violação do presente e do futuro de uma menina, não se chama amor”.

 

 

 

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Violência contra as mulheres: a pandemia antes da… pandemia

A Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres (PpDM) não poupa nas comparações. “Antes da crise pandémica da covid.19, já existia uma situação de emergência que ameaçava a segurança e a vida de milhões de mulheres e de raparigas: a violência masculina”, escreve a organização. Daí que a campanha direcionada contra o sexismo se faça acompanhar de dados que querem fazer pensar.

“De acordo com um relatório recente da Polícia Judiciária, nos últimos 6 anos foram assassinadas, em Portugal, 316 mulheres, das quais 111 no contexto de relações de intimidade – aproximadamente uma mulher foi morta pelo seu companheiro ou ex-companheiro a cada 20 dias em Portugal entre 2014-2019”, lê-se. E prossegue: “Entre 2015 e 2019, 80% das crianças abusadas sexualmente eram do sexo feminino e 96% dos abusadores eram do sexo masculino.”

Entre outros dados, a PdDM alerta para o facto de “estar na prostituição não ser crime em Portugal; mas o lenocínio e o tráfico de seres humanos para fins de exploração sexual são crimes. No entanto, no período 2015-2018, o número de pessoas condenadas por crimes de lenocínio e tráfico de seres humanos diminuiu em 34% – de 71 condenações em 2015 para 47 em 2018. Se considerarmos o número de pessoas condenadas desde 2011, a redução é ainda mais significativa: 60%”. Números que devem fazer pensar quotidianamente e em particular no dia da Eliminação da Violência contra as Mulheres.