Violência doméstica. 16 propostas no Parlamento para reforçar proteção e apoio às vítimas

pexels-karolina-grabowska-4379964
[Fotografia: Pexels/karolina Gabrowska]

O acesso à habitação, os instrumentos de proteção às vítimas, as soluções da Justiça e apoio a quem sofre de violência doméstica são algumas das medidas que estão a debate nesta quarta-feira, 18 de dezembro, no Parlamento.

O projeto de lei do PS defende o reforço dos instrumentos de proteção e apoio às vítimas de violência doméstica e uma das propostas é, de acordo com a líder parlamentar do PS, a “criação de um rendimento de autonomia de 509 euros a pagar durante seis meses para as vítimas que precisem de sair de casa“, uma ajuda para que “possam reconstruir a sua vida” e que é acumulável com outros rendimentos.

O PS propõe ainda alargar os apoios da porta 65, garantir creches ou jardins-de-infância para os filhos e também lugares em estabelecimentos para os ascendentes que essa pessoa tenha a cargo.

Alexandra Leitão explicou ainda que o PS quer que obrigatoriamente haja uma averiguação sempre que uma vítima que está sinalizada e que foi acompanhada venha a ser vítima de homicídio ou tentativa do mesmo porque “se a pessoa está sinalizada o Estado tem que a proteger”. “Apoio judiciário em todas as suas dimensões, com a atribuição imediata de um advogado oficioso, preferencialmente alguém que tenha formação nesta área”, acrescentou ainda.

Entre os outros diplomas em debate no parlamento está um projeto de lei do PAN para que seja criada uma pensão para as crianças e jovens órfãs em consequência de homicídio em contexto de violência doméstica ou um do Chega para que seja assegurada a nomeação de patrono em escalas de prevenção para as vítimas violência doméstica.

Também o PCP tem um projeto de lei para reforço da proteção destas vítimas e, entre as medidas propostas, está a nomeação de advogado por via de escala de prevenção, preferencialmente com formação na matéria de apoio à vítima, a isenção de custas e a obrigatoriedade de notificação do arguido para realização de perícia médica sempre que da denúncia resultar a constituição de arguido pela prática do crime de violência doméstica.

O BE propõe um apoio à renda para vítimas de violência doméstica e o Livre o alargamento do período de concessão de 10 para 30 dias e dos pressupostos de atribuição do subsídio de reestruturação familiar para vítimas de violência doméstica.

Já a IL quer que seja assegurada a nomeação de patrono às vítimas especialmente vulneráveis e que seja consagrado expressamente o crime de exposição de menor a violência doméstica.

Dos partidos que apoiam o Governo surgem apenas projetos sem força de lei, recomendando o PSD o alargamento dos programas de reabilitação para agressores de violência doméstica e o reforço de medidas no âmbito da prevenção e combate à violência doméstica contra pessoas idosas, enquanto o CDS-PP sugere o combate à violência doméstica, através de mais prevenção, formação de entidades e maior apoio à vítima.

LUSA