35 mulheres assassinadas e 9 crianças órfãs em 2020

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Foi ano de pandemia e mais um ano negro para as portuguesas. Segundo dados do Observatório de Mulheres Assassinadas (OMA), da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), 35 mulheres perderam a vida em 2020, 19 das quais em contexto de intimidade. “Os restantes casos decorreram de contextos como desavenças financeiras, problemas de vizinhança, assaltos”, vinca a responsável da organização ao Delas.pt.

E há ainda um outro dado a reter: “em mais de metade quer dos femicídios, quer das tentativas já havia violência prévia e fatores de risco”, acrescenta.

Em 2021, de janeiro a junho, segundo o mesmo relatório, 14 mulheres já perderam a vida, das quais seis em contexto familiar e de intimidade, tendo sido registadas 27 tentativas de homicídio, 23 dentro do lar.

Embora não seja possível comparar com 2019 – uma vez que a metodologia de contagem foi alargada a outro tipo de femicídios -, em 2020 foram registadas mais duas vidas perdidas face ao ano que o antecedeu.

De acordo com a mesma responsável e olhando para dados de 2020, “a maior parte de vítimas de femicídio na intimidade tinha entre 36 e 50 anos e a maior parte tinha filhos. Em nove dos casos foi possível detetar que existem crianças que ficaram órfãs: por um lado porque a mãe assassinada e, por outro, porque o pai foi preso ou houve suicídio (6) ou tentativa (em três situações).