O número de casos de violência doméstica reportados à Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) subiu em 2021 face a 2020. Se no ano passado foram submetidas 19 846 participações, no ano anterior tinham sido 14 854, de acordo com os dados estatísticos anuais revelados pela entidade.
Ora, contas feitas, no ano passado foram registadas mais 3992 queixas que se inscrevem em crimes de violência doméstica, perfazendo quase mais 11 por dia do que em 2020.
O relatório estatístico divulgado esta segunda-feira, 4 de abril, reporta-se “aos processos de apoio desenvolvidos presencialmente, por telefone e online, no ano transato, pelos 75 serviços de proximidade da APAV”, lê-se no comunicado.
De acordo com o documento, a APAV atendeu, por cada semana de 2021, “uma média de 175 mulheres, 38 crianças, 35 homens e 31 pessoas idosas”.
Entre todos os crimes e outras situações de violência registadas pelos vários Serviços de Proximidade da APAV, os crimes contra as pessoas representam mais de 90% do total. A violência doméstica ocupa, agora em maior proporção, o volume global de situações de vitimação reportadas, estando nos 76,8% do total do ano.
“A APAV apoiou diretamente 15.617 pessoas, de um total de 75.445 atendimentos nos vários serviços de proximidade (…), vítimas de 286 municípios dos 308 existentes (93% do território nacional), atendeu uma média de 37 vítimas por dia e registou 25.838 crimes e outras formas de violência”, lê-se na nota enviada às redações. E concluiu: “Estes números refletem a abrangente presença da APAV no território nacional assim como a diversidade nos diferentes tipos de crime cujas vítimas a APAV apoia — em 2021 são mais de 60 os crimes e outras situações identificadas pelos vários Serviços de Proximidade.”