
Os dados anuais relativos a 2024 indicam a morte de mais mulheres às mãos dos companheiros, face a 2023. E a tendência em 2025 não mostra abrandamento, pelo contrário. Se em 2024, 19 mulheres (de um total de 22 vítimas) perderam a vida em contexto de intimidade, mais duas do que em 2023, o valor do primeiro mês deste ano faz disparar as campainhas: só em janeiro morreu 1/5 das mulheres face a todo o ano de 2024.
Olhando ao detalhe para os dados disponibilizados esta segunda-feira, 10 de fevereiro, no Portal da Violência Doméstica, fica indicado que mesmo com medidas preventivas a subirem, o número de homicídios tende a crescer. Entre julho e dezembro do ano passado, foram distribuídos – segundo contas da Delas.pt – mais de três botões de pânico, em média, por dia. Os 5122 dispositivos de teleassistência em uso no final do segundo trimestre culminaram em 5675 no final do ano, apontando um aumento de 553 dispositivos em 183 dias.
Quanto ao número de queixas apresentadas à PSP e à GNR, em 2024 foram reportadas 30 086 denúncias, o que representa uma média de 82 queixas por dia. Em 2023, o portal da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género( CIG) refere 30 279, resultado em 83 queixas por dia.
Em nota enviada à Comunicação Social, a CIG sublinha que foram “registadas 7054 ocorrências participadas à PSP ou à GNR, menos 16,2% que no terceiro trimestre do ano passado”, foram “aplicadas 1236 medidas de coação de afastamento a agressores pelo crime de Violência Doméstica e integradas 2788 pessoas em programas para agressores”.
A mesma nota emitida pela comissão indica que “foram acolhidas na Rede Nacional de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica 1420 pessoas, sendo 51,2% mulheres, 47,1% crianças e 1,7% homens”.