Violência Doméstica: MAI vai alargar salas de apoio a vítimas a todas as esquadras da PSP

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[Fotografia: Istock]

O ministro da Administração Interna anunciou um reforço de polícias com formação específica no combate à violência doméstica e a instalação de salas de apoio à vítima em todas as esquadras da PSP em 2021. “Ao longo do ano de 2021 o firme compromisso do Ministério da Administração Interna é de apoiar as forças de segurança nesta prioridade [combate à violência doméstica], fazendo com este tema seja permanente, quer na formação inicial de agentes ou oficiais, quer na formação ao longo da vida profissional para agentes, chefes e oficiais”, disse Eduardo Cabrita.

O ministro participou, através de uma mensagem de vídeo, na sessão de abertura do webinário “Desafios para a segurança das mulheres no século XXI”, promovido pela Polícia de Segurança Pública, uma conferência online que antecipa o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, que se assinala na quarta-feira, 25 de novembro.

A intenção foi anunciada um dia depois de ter sido revelado que, até 15 de novembro de 2020, foram 30 as mulheres portuguesas assassinadas, 16 das quais em contexto de intimidade. Uma recolha feita pelo Observatório de Mulheres Assassinadas, elaborado pela União de Mulheres Resposta Alternativa.

O governante avançou também com um reforço de novos elementos das forças de segurança com formação especifica nesta área, bem como o aumento da presença de polícias de ambos os géneros nas esquadras.

Atualmente, segundo o ministro, 80% das esquadras da PSP dispõem de áreas de atendimento dedicadas ao acolhimento de vítimas de violência doméstica. Eduardo Cabrita sublinhou que, no próximo ano, este número vai aumentar, sendo objetivo que todas as esquadras da PSP passem a ter este espaço.

“Agora que atingimos 80% das esquadras com salas de apoio à vítima, fazemos um esforço final na remodelação de estabelecimentos mais antigos onde não existem estruturas desde tipo e tornando esta área uma componente fundamental de qualquer nova instalação policial”, precisou.

Eduardo Cabrita frisou também que o combate à violência doméstica, nas suas múltiplas dimensões, está “na primeira prioridade de atuação” e no “centro da atividade” das forças de segurança.

Recordando o trabalho desenvolvido nas últimas décadas, mas especialmente no último ano, o ministro afirmou que mais de duas dezenas de milhares de crimes de violência doméstica são reportados anualmente às forças de segurança.

CB com Lusa