Assunção Cristas: “Nas redes, não gosto de reagir ao segundo nem ao minuto”

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Líder do CDS-PP Assunção Cristas [Fotografia: Artur Machado]

No meio da multidão e falando para uma câmara empunhada pela sua equipa, a líder do CDS-PP, Assunção Cristas, filmava-se, esta terça-feira, 6 de novembro, nos corredores da Web Summit, a cimeira da tecnologia que arrancou esta segunda-feira e prossegue ao longo da semana, no Parque das Nações, em Lisboa.

À espreita das novidades, a centrista conta ao Delas.pt o que a impressionou e espera que alguns negócios fiquem por cá. À boleia da Inteligência Artificial, de Startups e de Internet, Cristas fala das suas redes sociais cada vez mais enérgicas, das mensagens políticas, da forma como as gere e até comenta a hastag que já circula no Instagram: #QueenAC.

O que a traz a esta edição da Web Summit?

A curiosidade e o interesse por, mais uma vez – é a terceira que aqui venho -, assistir a esta extraordinária energia positiva e dinamismo que a Web Summit traz. Perceber que hoje temos mais gente do que tivemos no ano passado e há dois anos, mais empresas, cada vez com ideias mais sofisticadas e diferentes. Ainda agora vi um computador XPTO para o futuro, o que nos convoca do ponto de vista de negócios efetivos. Era bom que alguns pudessem ficar no nosso país, mas isto também nos convoca para outra dimensão: quando se ouve falar muito e se vê muito a Inteligência Artificial, é preciso ver como é que nos vamos posicionar para viver, conviver e tirar a parte positiva dessa mesma realidade, evitando alguns riscos.

Tais como?

As questões da ética vão passar a estar no centro como não estavam até agora.

“hoje temos mais gente do que tivemos no ano passado e há dois anos, mais empresas, cada vez com ideias mais sofisticadas e diferentes”

Que outras ideias já lhe despertaram à atenção?

Várias startups portuguesas. Uma na área do autismo e do diagnóstico precoce através de uma série de questões que se colocam na internet e depois a forma como se aborda e trabalha esse mesmo autismo. Outra relacionada com a prevenção dos fogos, outra relacionada com a diminuição das perdas de água e, ao mesmo tempo, a produção de energia. Há ideias para todas as áreas da nossa sociedade, da saúde, ao ambiente, às questões do território. É mesmo uma tecnologia de banda larga.

E lá por casa, há já ideias junto das novas gerações, dos seus filhos?

Muito utilizadores (sorriso). Tenho um que quer estudar engenharia, vamos ver se depois se vai dedicar a estas coisas. A mais velha parece estar mais inclinada para a área do Direito, o que também é absolutamente relevante. Nada disto funciona sem o Direito por trás.

Tem intensificado a sua presenças na net, no social media, é a Assunção que faz a gestão das suas redes?

Em muitos casos, sim. Noutros não consigo colocar lá tudo, mas estou sempre por trás das decisões: o que se coloca e não se coloca nas redes. Só coloco o que devo colocar.

E há também o lado negro.

Vou acompanhando o que se vai dizendo, e quando aparecem coisas que não são verdade, lá dizemos alguma coisa. Mas tranquilamente.

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Vida política e Instagram são indissociáveis neste momento?

É natural, como é natural chegarmos a casa e vermos canais completamente diferentes dos que existiam há uns anos. Faz parte do nosso dia-a-dia, mas aceito e vivo isso com muita tranquilidade. Só coloco nas redes o que acho que devo colocar e, também aí, contorno de alguma forma e limito o que não faz sentido.

É uma líder política com uma das presenças mais intensas no Instagram, é uma decisão política.

Claro. Comecei a usar o Facebook quando fui candidata a deputada pela primeira vez, em 2009. Se calhar, se não tivesse sido, não teria sentido a necessidade de ir para aí. É uma página pública desde sempre e foi tendo conteúdos diferentes à medida que assumi as várias funções. Há umas redes com as quais me dou melhor do que outras até porque não sou muito epidérmica, não gosto de reagir ao segundo, nem ao minuto. O pensamento deve preceder a tecnologia.

Como olha, como comenta a hastag #QuenAC?

(Risos) Como olho? Com simpatia, acho muita graça, é um bom sinal. Não fui eu que criei, olho para todas essas manifestações com muita simpatia.

Imagem de destaque: Artur Machado

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