Wonder Room: uma montra da criatividade nacional

Desde 2013 que a Wonder Room marca presença na Moda Lisboa. Nesta 49ª Edição não foi exceção e durante três dias, de 6 a 8 de outubro, 18 marcas nacionais tiveram oportunidade de dar a conhecer os seus trabalhos e angariar novos clientes.

Pela primeira vez na Wonder Room encontrámos Le Mot, Boon By Filipa Sáragga e Joalha Ribeiro Joalharia. Tudo marcas lideradas por mulheres que se mostraram bastante entusiasmadas não só por marcarem presença na pop-up store da Moda Lisboa, mas também por estes serem três dias onde o feedback foi bastante positivo.

Susana Santos, responsável pela marca Le Mot, que surgiu há apenas seis meses, apresentou as suas t-shirts unissexo, 100% algodão, com frases estampadas em francês. Em declarações ao Delas.pt, contou que sempre gostou de moda e, como viveu em Paris, quis manter o laço com a língua de alguma forma: “Quando voltei para Portugal decidi que queria continuar ligada à moda e pensei que, como adorava t-shirts, era uma boa maneira de começar, além de conseguir continuar ligada à língua francesa através de expressões francesas, mas que entram muito no vocabulário português”, explicou. “O feedback aqui tem sido fantástico, muito bom mesmo”, garante Susana, acrescentando que plataformas como estas são uma mais-valia para o contacto direto com o público que chega e diz que gosta.

Também com apenas seis meses de existência Boon é um projeto de moda para mulheres da artista plástica Filipa Sáragga: “a Filipa decidiu desenhar uma coleção de roupa e passar as telas para as várias peças. O resultado é uma coleção primavera / verão feminina, com cores que chamam o calor, muito clássica e com pormenores únicos da artista,” explica Luísa Pinto, colaboradora da marca. “Está a fazer muito sucesso, o Filipe Faísca esteve cá ontem e disse que até podíamos dizer nas redes sociais que ele ‘Adorou’. Também o Luís Borges gostou muito. O feedback está a ser muito positivo mesmo”.

Na joalharia, Joana Ribeiro, com uma marca homónima há quase sete anos, também se mostrou satisfeita por estar presente no evento. No terceiro dia de Wonder Room, faz o balanço: “Temos tido uma boa aceitação. É a primeira vez que estamos cá e o feedback tem sido mesmo muito positivo”. A designer explicou ainda que marca se diferencia devido às peças inspiradas na natureza, tanto nas formas, como na textura: “As minhas peças tentam ser muito agradáveis ao toque. Por isso é que muitas vezes as pessoas perguntam se são realmente elementos da natureza ou se são joias em prata, que é o caso”.

Mas nem só de estreantes se compôs o espaço este ano. Vera Manzoni, que dá nome à marca com dez anos de existência, marcou presença pela quarta vez. “Estou a gostar imenso, acho que o sítio escolhido é fantástico. Esta parte da natureza [Parque Eduardo VII] com este edifício magnífico [Pavilhão Carlos Lopes] acho que é ótimo e que está a correr bem, muito bem mesmo”. Apaixonada pelo que faz, Vera apresenta as suas joias como uma conjugação de materiais: “são a fusão da joalharia com a bijuteria, a essência de tudo é a mistura dos materiais que eu adoro fazer, as sedas com as pedras preciosas, as borrachas pintadas, os acrílicos. Fico fascinada por isso”.

Também as joias de Carolina Curado são presença habitual na Wonder Room. “Já estivemos aqui na Moda Lisboa três edições e o feedback é sempre bom. Acho que é mais uma plataforma onde podemos divulgar a marca em termos nacionais e até internacionais, as oportunidades e os contactos surgem”, contou Fátima Reis, sócia do projeto que se distingue por ter “peças muito orgânicas, muito ligadas à natureza, muitas flores, muito exuberantes”, todas feitas em latão com banho de ouro.

Presente desde o primeiro Wonder Room está Daniela Duarte com o seu projeto Daniela Ponto Final. “Já estivemos em vários locais. Na Praça do Município, no CCB (Centro Cultural de Belém), agora aqui… E são públicos diferentes, nós vendemos muito por passagem aos turistas e, por exemplo, na Praça do Município a afluência de público era bem maior, mas é sempre importante estar aqui, conhecer novas pessoas e dar a conhecer o nosso trabalho”, até porque “temos clientes que vêm propositadamente aqui ao Wonder Room porque sabem que nós vamos estar cá. E isso é muito bom”. Na Daniela Ponto Final: “tudo é feito com tecidos antigos. A maior parte. Trabalhamos com materiais de agora, de 2010 para a frente, mas aquilo que nos dá mais gozo mexer são os tecidos mais antigos porque mexem com as nossas memórias, com as nossas emoções, e com as dos nossos clientes também”. Talvez esse seja o segredo.

Na área de lifestyle encontrámos Pedro Vieira da Alfamarama, uma marca que começou com canecas com desenhos de Alfama e hoje tem uma vasta gama de produtos que promete aumentar mais ainda este Natal. Pins, cadernos, sacos de pano, canecas e outros acessórios e objetos compõem agora a marca que entretanto substituiu as imagens por frases inspiradoras em português e inglês.

Esta é a quinta vez de Alfamarama na pop-up store da Moda Lisboa e correu bem, garante Pedro. “Em termos de vendas a melhor edição foi a da Praça do Município, onde tínhamos uma tenda no meio e que estava aberta ao público em geral. A mais complicada foi o ano passado, porque nós estávamos dentro da área social da Moda Lisboa e aí, mesmo que lá fosse um amigo, nós tínhamos de levar um passe lá fora para poder entrar. Por isso só tinha acesso mesmo quem estava na Moda Lisboa. Aqui eu acho que o espaço tem imenso potencial e correu bem, não me posso queixar”, avaliou Pedro Vieira.

O Wonder Room contou ainda com a presença de marcas como Antiga Barbearia de Bairro, Constança Entrudo, Elizab’hats, Fluo Bags, Ironic, Maria beirão, Portugal, Selva, The Board, Tiago Loureiro e Weaving by Rita Sevilha. A maior parte delas vende online e através das redes sociais, Instagram e Facebook. Algumas têm já pontos de venda, sobretudo, em Lisboa e no Porto.

 

Fotografia: Nuno Pinto Fernandes