Woody Allen: “Eu devia ser o rosto do movimento do #MeToo”

“Sou um grande defensor do movimento #MeToo”. Esta é uma das frases que o realizador e autor Woody Allen, 82 anos, disse no programa argentino Periodismo Para Todos e no qual falou, esta semana, abertamente sobre a questão do assédio e da acusação de abuso sexual da filha adotiva, Dylan Farrow.(Na galeria acima recorde o testemunho e a descrição pormenorizada da agressão feita pela filha de Allen).

Apresentando-se como um defensor acérrimo e apoiante das lutas contra o assédio, o cineasta declarou mesmo que deveria ser considerado “o rosto” do movimento #MeToo. E a justificação prende-se com o seu comportamento exemplar .

“Toda a gente quer ver a justiça a ser feita”, considerou, na entrevista. E prosseguiu: “Sinto que quando descobrem pessoas que perseguem mulheres e homens inocentes, é bom que sejam expostos. Mas acho que eu deveria ser considerado o rosto movimento #MeToo porque trabalhei em filmes ao longo de 50 anos, trabalhei com centenas de atrizes e nenhuma delas – grandes, famosas, estreantes – alguma vez sugeriu qualquer tipo de indelicadeza da minha parte. Sempre tive uma ótima relação com elas.”

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Já sobre a acusação de abuso sexual que pende sobre ele, Allen voltou a negar tudo. “Claro que não, isto é completamente louco. Isto foi algo que foi analisado pelas autoridades há 25 anos e todos chegaram à mesma conclusão de que não era verdade”, reafirmou.

O realizador acrescentou ainda que foi algo “que teve um fim”, que lhe permitiu “seguir com a sua vida” e que regressou agora, na sequência das acusações de assédio e abuso sexual perpetradas pelo produtor norte-americano Harvey Weinstein. “Acusar uma pessoa disto é terrível. Sou um homem com uma família e com os meus próprios filhos”, respondeu Woody Allen sobre o seu caso.

Imagem de destaque: DR

 

Já viu o que escreveram sobre Woody Allen na Wikipédia portuguesa?

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