Zonas verdes e cancro de mama? Sim, tudo a ver

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Viver a menos de 300 metros de um parque ou jardim pode reduzir o cancro da mama. E quem o diz é um grupo de investigadores que auscultou perto de três mil mulheres oriundas de dez províncias espanholas – mais de 1100 com cancro e cerca de 1600 saudáveis – que concluiu que as zonas verdes podem mesmo ajudar a diminuir a incidência de uma doença que está em franca expansão.

Os especialistas, que publicaram o estudo na revista International Journal of Hygiene and Environmental Health e que pedem cautelas na análise, estabelecem mesmo uma correlação na ordem dos 35%. Ou seja, mais de três em cada dez mulheres podem vir a não ter a doença caso cumpram aquele requisito. Se viverem a menos de 100 metros, melhor ainda: a ligação fixa-se nos 44%, podendo ser, desta forma, uma boa notícia para cerca de metade das mulheres.

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Mas o que motiva isto? O ponto de partida dos investigadores alicerçava-se em dois factos: as que vivem perto de zonas verdes teriam mais propensão para a prática de exercício físico, o que, per si, é um coadjuvante ao bom estado de saúde; e quem reside com verde à volta teria menor exposição aos riscos da poluição atmosférica.

Porém, segundo Cristina O’Callaghan, uma das coordenadoras do estudo levado a cabo pelo Instituto de Saúde Global de Barcelona e citada pelo jornal espanhol El País, “nenhuma das hipóteses explica a associação observada”. Ainda assim, a epidemiologista admite um novo eixo de análise: “a nossa hipótese agora é que tal se pode dever a uma redução dos níveis de stress e depressão”.

O mesmo estudo (que pode ler no original aqui) também vem trazer algumas luzes sobre a incidência da doença e a vida feita paredes meias com campos cultivados. Os resultados, porém, são bem distintos dos acima enunciados. Há uma maior propensão para o aumento da doença e os pesticidas, creem os investigadores – que pedem mais estudos com resultados mais conclusivos e com menor margem de erro -, podem estar na base desta variação.

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