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As mulheres no poder em 2016

Erna Solberg Primeira-ministra, Noruega Aos 55 anos, esta líder do Partido Conservador e Primeira-ministra, desde 2013, é a segunda mulher a ocupar o cargo de chefe do Governo. Natural de Bergen, esta socióloga, política e economista começou cedo o seu percurso político. Recentemente protagonizou uma polémica por ter sido apanhada a caçar pokémons durante um debate parlamentar. É casada e tem dois filhos. 3ª posição Global Gender Gap Report 2016
Ameenah Gurib-fakim Presidente, República das Maurícias Tomou o poder em 2015 e foi a primeira mulher a fazê-lo no país. Tem 57 anos, é casada, tem dois filhos, é cientista de renome internacional e fundadora do Centro de Pesquisa pela Fitoterapia – que estuda a biodiversidade, bem como as plantas usadas em nutrição, cosmética e terapias -, e chegou ao poder indicada por unanimidade, fazendo com que ocupasse o cargo não tendo praticamente nenhuma experiência política prévia. É membro fundadora da Associação Pan-Africana de Plantas Medicinais, tendo, por via disso, sido consultora em conferências ambientais e trabalhado com o Banco Mundial. 113ª posição Global Gender Gap Report 2016
Bidhya Bhandari Presidente, Nepal Advogada, 55 anos, e uma das poucas mulheres no parlamento nepalês, tornou-se na primeira chefe de Estado feminina em 2015. Líder do partido comunista, começou na política ainda durante a adolescência e viveu na clandestinidade. Casada, tem duas filhas. Foi responsável pela célula feminina do partido durante anos, e há quem ponha em causa o seu feminismo por ter atacado os movimentos que, segundo Bhandari, defenderiam valores do ocidente e punham em causa a sociedade patriarcal. Em 2006, foi ela quem propôs a elaboração de um diploma com o propósito de reservar 33% dos lugares do parlamento às mulheres, que foi aprovado. 110ª posição Global Gender Gap Report 2015
Angela Merkel Chanceler, Alemanha Desde 2005 que Merkel é a chefe de governo alemã. Nascida em Hamburgo, na antiga RDA, em 1954, Angela, 62 anos, é filha de um pastor protestante. Foi militante da Juventude Alemã, comunista, e estudou física na Universidade de Leipiz, onde se doutorou em 1986. A chanceler casou duas vezes: primeiro aos 23 anos e depois aos 30, com o físico Joachim Sauer. Não tem filhos. Hoje é considerada pela revista Forbes uma das mulheres mais poderosas do mundo 13ªposição Global Gender Gap Report 2016
Ellen Johnson-Sirleaf Presidente, Libéria Em 2006 tornou-se na primeira mulher negra a chegar à presidência e também na primeira chefe de Estado africana e, com este currículo, é uma das vozes mais ativas do continente em matéria de poder e feminismo. Assumiu o poder num país que estava , há 14 anos, mergulhado em guerras civis. Formou-se em Harvard, trabalhou nas Nações Unidas e no Banco Mundial e, em 2011, foi galardoada com o prémio Nobel da Paz. Tem 77 anos, quatro filhos, oito netos e é também conhecida por ser 'Dama de Ferro'. Na década de 80, Sirleaf esteve presa por duas vezes durante o regime de Samuel Doe. 114ª posição Global Gender Gap Report 2016
Ewa Kopacz Primeira-ministra, Polónia Com a saída de Donald Tusk para a presidência do Conselho europeu, Ewa Kopaczs tornou-se na primeira mulher a ser primeira-ministra da Polónia. Antes, tinha sido ministra da Saúde e, entre outras razões, por via da sua formação médica. Antes de ingressar na política – o que aconteceu em 1997 -, Ewa era pediatra e estava a exercer a profissão. Em finais de 2015, a centrista, de 60 anos, perdeu as eleições para o conservador e eurocético Jaroslaw Kaczynsk. 38ª posição Global Gender Gap Report 2016
Laimdota Straujuma Primeira-ministra, Letónia Entre janeiro de 2014 e fevereiro de 2016, Laimdota foi chefe de Governo letão. Deixou o cargo porque apresentou a demissão alegando serem “necessárias novas ideias, novas contribuições e energia para que possam continuar a construir-se estas fundações”, declarou. Tem 65 anos, é economista de formação e, entre as várias funções políticas que desempenhou, foi ministra da Agricultura. 18ª posição Global Gender Gap Report 2016
Marie-Louise Coleiro Preca Presidente, Malta Com 57 anos, é chefe de Estado desde há dois. Casada, é a mais nova presidente do país e a segunda mulher a ocupar o cargo em 32 anos. Foi deputada e ministra da Família e da Solidariedade Social antes de chegar à mais importante posição política. 108ª posição Global Gender Gap Report 2016
Michelle Bachelet Presidente, Chile Médica e política chilena, Michelle, com 65 anos, foi reeleita chefe de Estado há dois. Antes, conduziu o país entre 2006 e 2010. Não só foi a primeira mulher a chegar ao cargo no Chile, como também foi a primeira a fazê-lo na América Latina, tendo uma carreira política independente do marido. Na campanha para o seu primeiro mandato, Michelle (divorciada e com três filhos) pugnou pelos direitos sociais, pelas pensões, pelos direitos das mulheres. Quando terminou o mandato, foi nomeada para o então criado UN Women (Entidade para as questões de Igualdade de Género e Empoderamento das Mulheres das Nações Unidas). 70ª posição Global Gender Gap Report 2016
Nicola Sturgeon Primeira-ministra, Escócia Esta líder política pode vir a ganhar ainda mais poder, a breve trecho, na sequência do Brexit, saída do Reino Unido da União Europeia, se a Escócia voltar a referendar a sua permanência no país de sua Majestade e se decidir sair para se juntar à UE. Com 46 anos, Nicola ingressou na política aos 16 anos ao tornar-se militante do Partido Nacionalista Escocês e, aos 29, passou a dedicar-se em exclusivo à política. Foi deputada e, entre outros, chegou a ser secretária de Estado da Saúde. Casada com o responsável executivo do partido, Peter Murrell, não tem filhos, e é a primeira mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra. Não conta na lista Global Gender Gap Report 2016
Park Geun-hye Presidente, Coreia do Sul Assumiu os destinos do país em 2013, tornou-se a primeira mulher a chegar ao cargo de uma das maiores economias do Mundo e tem pela frente cinco anos de mandato. Tem 64 anos, é a filha mais velha do ex-presidente da Coreia do Sul, Park Shung Hee, e perdeu a mãe num atentado terrorista em 1974, o que a levou a assumir o lugar de primeira-dama ao lado do pai até 1979, quando este foi assassinado por um agente de segurança. É lider de um dos maiores partidos coreanos, Saenuri. Quando chegou ao poder, Park Geun-hye (apelidada de “princesa do gelo”) prometeu criar políticas que diminuíssem as diferenças de riqueza entre ricos e pobres. 116ª posição (em 145) no Global Gender Gap Report, de 2016
Theresa May Primeira-ministra, Reino Unido Aos 60 anos, esta líder do partido conservador mudou-se para Downing Street este ano, na sequência da demissão de David Cameron – que se resignou devido ao resultado do referendo que ditou a vontade dos cidadãos britânicos em sair da União Europeia. Oriunda de uma família de classe média-baixa, é filha de um pastor anglicano e neta de domésticas. Cursou Geografia e foi na faculdade que conheceu o marido, Philip. Não têm filhos. Os próximos tempos de decisão vão ditar o poder que esta mulher vai ter. 20ª posição Global Gender Gap Report 2016
Tsai Ing-wen Presidente, Taiwan Tem 60 anos, é solteira, é membro do Partido Democrático Progressivo, que pugna pela independência de Taiwan da China e lidera, desde este ano, os destinos do país. É a primeira mulher a fazê-lo. Começou por ser professora e hoje é considerada a 16ª mulher mais poderosa do mundo, de acordo com a revista norte-americana Forbes. Não conta na lista Global Gender Gap Report 2016
Sheikh Hasina Wajed Primeira-ministra, Bangladesh Em 1996 tornou-se primeira-ministra e ficou até 2001, tendo regressado depois em 2009 ao cargo onde ainda se mantém. Líder do partido Awami League, tem 69 anos, é casada e é filha de Sheikh Mujibur Rahman, o mentor da separação do Bangladesh do Paquistão, em 1971. Sempre foi uma ativista política e esteve ao lado pai quando este esteve preso pelo governo paquistanês. Também ela esteve detida na sequência da sua participação num levantamento durante a guerra pela independência. 64ª posição Global Gender Gap Report 2016

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Nem sempre os EUA são o farol do mundo. A não eleição de uma mulher para a Casa Branca prova isso mesmo. Há países que, há muitos anos, são liderados pelo sexo feminino.

A derrota de Hillary Clinton fez cair por terra as expectativas em torno da chegada de uma mulher à Casa Branca. O cinema e a televisão ainda tentaram passar esse futuro próximo nas suas narrativas, mas tal parece não ter deixado marcas no imaginário e nas intenções dos votantes. Os Estados Unidos da América vão continuar, assim, em mãos masculinas.

Apesar de os norte-americanos terem adiado essa oportunidade a uma mulher, sobram no mundo exemplos, hoje e no passado, em que elas chegaram ao poder. Curiosamente – e é importante refletir sobre isto -, nem sempre se pode dizer que tal acontece em países que mais e melhor promovem os direitos do sexo feminino ou a igualdade de género. Valores que são, entre outros, aferidos no Global Gender Gap Report, entidade integrante do Fórum Económico Mundial, que quantifica as disparidades de género alicerçadas em pontos como a saúde, a educação, a economia e a política e faz um acompanhamento constante de como elas evoluem, constando que a velocidade a que tal tem acontecido tem sido lenta.

Saiba mais sobre as mulheres que marcaram a política em 2016, na nossa galeria.