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Clássico da sexualidade feminina é reeditado em Portugal

História do Olho, Georges Bataille, Quidnovi, 2015 Admirado por grandes nomes da literatura, como Roland Barthes e Julio Cortázar, Bataille, foi publicado originalmente em 1928, sob o pseudónimo de Lord Auch. É considerada uma narrativa "sui generis" e inaugura a obra literária e filosófica do autor; conjuga de forma impar, no séc. XX, o erótico e o sagrado. A narrativa centra-se na experiência erótica, e progressivamente sádica, de dois adolescentes - o narrador e sua amiga Simone, numa atmosfera onírica e fantasmagórica. Um percurso que se inicia de um modo quase inocente, numa praia da França, e culmina em crime e perversão, na ensolarada Andaluzia.
Trópico de Câncer, Henry Miller, Editorial Presença, 2008 Trópico de Câncer é, ao lado de Trópico de Capricórnio, um clássico da literatura erótica mundial. Com uma linguagem sexual explícita, chegou a ser banido dos Estados Unidos à época de sua publicação, em 1934, só voltando ao mercado na década de 1960. Trópico de Câncer é uma narrativa na primeira pessoa, mostrando as (des)aventuras de um escritor norte-americano desconhecido, através da sua errância por Paris, não poupando o leitor aos pormenores sexuais e à escatologia. Convivem no estilo ousado de Miller termos eruditos, mas também coloquialismos, metáforas arrojadas, expressões poéticas e cruezas narrativas extremas.
História d`O, Anne Desclos, Editora Asa, 2012 Pauline Réage foi o pseudónimo usado por Anne Desclos, jornalista e escritora francesa, para assinar a autoria desta obra. A História d’O publicado originalmente em 1954, causou grande controvérsia e especulação, em relação à verdadeira identidade da autora. Na sua génese, esteve o desafio lançado pelo editor Jean Paulhan, que afirmou não acreditar na capacidade de uma mulher para escrever um romance erótico. Anne Desclos admitiu a sua autoria apenas quarenta anos após a publicação. O sadomasoquismo é o tema recorrente nesta narrativa de Desclos. “O” é uma mulher independente, que se torna escrava sexual de seu amante e de outros homens, descobrindo o prazer pela submissão e castigos físicos. História d’O foi adaptado para o cinema em 1975 por Just Jaeckin.
Os Cento e Vinte Dias de Sodoma, Marquês de Sade, Antígona, 2002 Há quem se apaixone pela literatura de Sade e quem o considere absolutamente repulsivo por trazer à tona tabus ainda pouco discutidos na sociedade, como o sadismo – termo inspirado no sobrenome do autor. Em Cento e Vinte Dias de Sodoma, Sade narra a história de quatro homens que decidem experimentar orgias sexuais trancados num castelo. Violência e humor negro permeiam a obra, escrita enquanto o autor estava preso na Bastilha.
Delta de Vénus, Anaïs Nin, Bico de Pena, 2006 Segundo a autora, escreveu a sua obra erótica, acima de tudo, para se divertir. Instigada por um cliente que pretendia que deixasse a poesia de lado. Anais afirmou que o tal cliente “julgava que o meu estilo era mais ou menos copiado das obras sobre o assunto escritas por homens. Pareceu-me, por isso, durante muito tempo, que comprometera a minha verdadeira feminilidade com esses textos. E assim pu-los de lado. Ao relê-los, muitos anos mais tarde, dou-me conta de que a minha própria voz não foi completamente abafada.” A autora afirmou também acerca destes textos que representavam o esforço de uma mulher para entrar num domínio exclusivo dos homens. Delta de Vénus é um livro de contos onde são descritas relações de carácter sexual: orgias e triângulos amorosos; prostitutas a satisfazerem as mais diversas fantasias de clientes.

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Quarenta anos depois a Bertrand volta a editar, em Portugal, o ‘Relatório Hite’, de Shere Hite. Publicado originalmente em 1976, nos Estados Unidos da América, este livro pôs as mulheres a falarem de sexo, sem tabus, pela primeira vez, e apresentou resultados que levariam a uma mudança de paradigma e a uma verdadeira revolução sexual, no auge da segunda vaga do movimento feminista.

O livro, que a veterana Gloria Steinem considera de leitura obrigatória e que partiu de 100 mil questionários distribuídos pelos estados norte-americanos, contribuiu para a discussão pública e o alargamento do debate sobre o feminismo a temas como a emancipação sexual e o bem-estar da mulher.

“Se hoje em dia a importância do orgasmo na vida sexual das mulheres é um tema que se encontra em qualquer revista ou publicação, essa não era a realidade no início dos anos 70, quando Shere Hite deu início a cem mil questionários, distribuídos de forma a chegar à maior diversidade possível de entrevistadas, nos Estados Unidos”, refere a editora em comunicado de imprensa.

Nascida no Missouri em 1942, e licenciada em História, pela Universidade de Columbia, a autora notabilizou-se internacionalmente pela atenção dispensada ao estudo da sexualidade, mais especificamente à sexualidade feminina, e de que este relatório é exemplo.

Muito do que essas mulheres disseram e revelaram naquela altura é ainda hoje, em muitos aspetos, inovador, tendo contribuído para promover um estudo aprofundado, e inédito à época, sobre a sexualidade feminina que, 40 anos depois, se mantém atual.

O livro foi lançado pela primeira vez em Portugal em 1979, pela Bertrand, com tradução de Ana Cristina César e adaptação para Portugal de Maria João Costa. Um texto clássico e intemporal que está agora de novo disponível nas livrarias nacionais.

Na galeria, acima, veja cinco sugestões de clássicos da literatura erótica.

 

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