O rei de Espanha, Felipe VI, assinalou esta terça-feira, 30 de janeiro, os seus 50 anos e atribuiu a mais alta condecoração do reino à sua filha herdeira, Leonor, de 12 anos, aconselhando-a, na cerimónia, a “guiar-se em permanência pela Constituição” espanhola, “cumprindo-a e respeitando-a”.
Para este momento, a princesa apresentou-se com um vestido plissado azul serenity (serenidade, em tradução literal), a cor de eleição da monarquia. Uma escolha perfeitamente adaptada à sua idade, mas que corresponde, ao mesmo tempo, ao protocolo requerido pelo ato solene.
“Receber este Tosão implica para ti responsabilidades especiais“, disse Felipe VI à infanta Leonor, citado pelo jornal El Mundo. Presente na cerimónia esteve também o avô da princesa Leonor, Juan Carlos, que reinou 38 anos, até 2014, quando Felipe VI assumiu a coroa.
Na galeria acima recorde os 16 momentos de infância e entrada na adolescência da futura herdeira ao trono espanhol e que todos fomos acompanhando
Um porta-voz do Palácio real de Espanha classificou o evento de esta manhã como “um ato de importância histórica para o rei [Felipe VI] e para a princesa herdeira“. A Ordem do Tosão de Ouro é a mais elevada ordem honorífica de Espanha, e remonta a 1430.
Festa em contexto de conflito político na Catalunha
Detalhe de enorme importância, esta cerimónia empreendida pela monarquia espanhola teve lugar em pleno conflito político entre os independentistas catalães e os constitucionalistas da Catalunha e do resto de Espanha.
Os partidos independentistas – em maioria na sequência das eleições autonómicas antecipadas de 21 de dezembro – tentam assegurar a investidura de Carles Puigdemont, o homem que declarou unilateralmente a independência da região, violando a Constituição, estando por isso fugido à justiça espanhola em Bruxelas.
O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy (PP, direita conservadora, no poder), considerou que o ato constitui uma forma de sublinhar “a vontade de permanência da monarquia parlamentar em Espanha“.
CB com Lusa
Imagem de destaque: Juan Medina/Reuters