Estes são os 10 fatores que deixam a pele seca. Conheça-os

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[Fotografia: Pexels/Ron Lach]

Ao contrário do que é comummente aceite, afinal a ingestão de líquidos não possui relação com o grau de hidratação da pele. Pelo menos é o que fica deixado claro pela Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia.

De modo a perceber os fatores que levam a esta constatação, o Delas.pt ouviu as declarações da dermatologista Maria Goreti Catorze.

“As causas da desidratação cutânea são, em geral, todas as que provocam perturbações da barreira cutânea e que levam, consequentemente, a um aumento da perda insensível de água. Podem ser exógenas ou endógenas. Entre as exógenas contam-se: frio, vento, ar seco (baixa humidade) e sol”, refere a especialista, elencando as primeiras razões que levam a que a pele fique desidratada.

E prossegue: “Outras causas exógenas de lesão da barreira cutânea são o uso de solventes, detergentes, uso excessivo de água e sabão e outros irritantes químicos”.

Maria Goreti Catorze também menciona o impacto das alterações ambientais e da higiene como um dos indicadores que deixam a pele desidratada. “Na pele senil existem alterações da barreira cutânea que potenciam o impacto das agressões externas”, afirma.

Por fim, a dermatologista alude a outros aspetos exógenos que estão na origem da secura cutânea como os medicamentos que provocam as chamadas “xeroses iatrogénicas”. “Entre estes contam-se os inibidores da síntese de colesterol que interferem com o metabolismo lipídico dos lípidos epidérmicos. Mas também podem atuar a outros níveis, por exemplo diminuindo a excreção de sebo: retinóides, clofazimina, carbonato de lítio, alopurinol, hidroxiureia e cimetidina”, esclarece.

A par dos fatores mencionados, a médica faz alusão às doenças crónicas cutâneas que estão associadas à pele seca, sendo elas: “psoríase, ictiose vulgar e eczema atópico.”

Como funcionam os hidratantes?

“O mecanismo de ação principal dos hidratantes cutâneos é a estimulação dos processos naturais de recuperação da barreira cutânea. Em menor escala podem, em certos casos, substituir os lípidos naturais. São os produtos mais prescritos na dermatologia e podemos considerar terem uma ação equidistante entre a terapêutica e a cosmética. Daí que se insiram no grupo dos cosmecêuticos: «substâncias que alteram a estrutura e a função da pele». Em relação às matérias-primas, foram referenciadas mais de dez mil substâncias no inventário europeu dos ingredientes cosméticos”, afirma, clarificando como ocorre o processo de hidratação da pele.

Maria Goreti Catorze detalha o processo de atuação e tipologia dos “hidratantes cutâneos” bem como as formas como “atuam na barreira cutânea”. E podem fazê-lo sob três primas: “diminuem a evaporação da água (oclusivos); captam e fixam água interna e/ou externa (humectantes); ou substituem-se aos lípidos deficitários e desta forma reparam a barreira cutânea e têm uma ação conjunta na regulação da perda de água (mistos). A galénica dos hidratantes é variável. Os novos veículos permitem uma melhor penetração cutânea em relação às emulsões tradicionais”, finaliza.