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Histórias de embalar melhoram condições de sono em pediatrias

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Um estudo português recente veio confirmar que as crianças hospitalizadas que ouvem histórias de embalar ficam mais calmas e parecem resistir menos ao sono, o que se traduz também num sono mais tranquilo e de melhor qualidade.

O estudo foi apresentado no World Sleep Congress, que decorreu em setembro no Canadá e cujos resultados preliminares, numa pequena amostra de pais/cuidadores, indicam que as crianças hospitalizadas, a quem foram lidas histórias de embalar, sentem-se felizes (46,7%) ou muito felizes (40%) após cada sessão de leitura. Para além deste facto, nos dias em que as crianças ouviram histórias, fizeram também menos resistência a ir dormir.

Todos os pais e cuidadores inquiridos nesta análise consideraram estas ações benéficas, afirmando que foram úteis (33,3%) ou muito úteis (66,7%) para lidar com a hospitalização, afirma um comunicado enviado à imprensa. Os principais motivos referidos foram: o momento de contar histórias acalma as crianças (26,7%) e aproxima as famílias das rotinas que habitualmente têm em casa (13,3%).

O estudo analisou o trabalho desenvolvido pela equipa de voluntários da Associação Nuvem Vitória – um projeto de promoção do sono que todos os dias lê histórias para pacientes pediátricos – desde o nascimento até aos 21 anos.

A psicóloga e especialista do sono, Teresa Rebelo Pinto, que coordenou este estudo, lembra que “a promoção de comportamentos saudáveis do sono é importante em todos os contextos, assumindo particular relevância no contexto hospitalar, já que a má qualidade do sono pode interferir na regulação do sistema imunitário, e consequente recuperação”.

Contar histórias ajuda os pacientes, os familiares e o próprio staff

O estudo pretende ainda avaliar o impacto na mudança de atitude face ao sono dentro do hospital, relembrando todos os colaboradores da importância de baixar o nível de luminosidade e de ruído durante a noite.

“Ao questionarmos os voluntários sobre como dormiam na noite em que vão contar histórias, ficámos a perceber que embora 59,5% se deite mais tarde que o habitual, 93,2% dos 206 voluntários que responderam ao inquérito sente que dorme melhor. Isto reforça a ideia de que o trabalho desenvolvido pela Associação Nuvem Vitória tem impacto nas crianças e famílias internadas, no staff hospitalar e nos próprios voluntários”, conseguimos ler no mesmo comunicado.

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