Médium brasileiro constituído arguido em processo sobre crimes de violação

Medium Joao de Deus
Fotografia: Lusa

O médium brasileiro João de Deus foi constituído esta quarta-feira, 9 de janeiro, arguido num processo sobre denúncias de crimes de violação sexual contra mulheres e jovens menores de idade que terão sido cometidos contra dezenas de mulheres.

A decisão de constituir o médium arguido foi tomada pela juíza Rosângela Rodrigues dos Santos.

João de Deus é acusado de cometer os abusos durante tratamento espiritual num centro espírita na Casa Dom Inácio de Loyola, na cidade de Abadiânia, no estado brasileiro de Goiás, onde fazia atendimentos.

O médium, que está preso desde o dia 16 de dezembro, nega as acusações.

Seguidor da doutrina fundada em meados do século XIX pelo francês Allan Kardec, o médium realiza desde 1976 alegadas “curas milagrosas” numa espécie de templo que fundou na cidade de Abadiânia, onde mensalmente chegam milhares de pessoas, muitas delas estrangeiras.

A reputação do médium ultrapassou largamente as fronteiras do Brasil, tendo, em 2012, recebido a visita da então apresentadora de televisão norte-americana Oprah Winfrey.

Os dois últimos Presidentes brasileiros, Lula da Silva e Dilma Rousseff, e o chefe de Estado cessante, Michel Temer, também procuraram as consultas espirituais de João de Deus por questões de saúde.

Medium que recebeu Oprah, Temer, Dilma e Lula acusado de abusar de mulheres