Foi rosto de novelas e comédias da SIC e da TVI, mas há muito que Raquel Henriques, de 43 anos, está afastada da televisão. Agora, em entrevista a Manuel Luís Goucha, no programa da estação de Queluz de Baixo de quarta-feira, 5 de maio, a antiga atriz e apresentadora e criminologista e professora de fitness aponta uma razão: assédio sexual e falta de trabalho por ter recusado ceder a chantagem sexual. “Neste momento estou sem trabalhar na televisão devido aos assédios que passei. A minha primeira situação começou logo na primeira telenovela que fiz”, revelou.
Henriques não avançou nomes, mas volta a falar do poder hierárquico e de como é usado nestas circunstâncias para coagir quem está em início de carreira. “Esta pessoa tinha um cargo bem superior a mim. Eu era apenas uma atriz em início de carreira. Esta pessoa dirigia tudo, tomava conta disto. Começou a engraçar comigo e a tentar ter uma abordagem um pouco diferente”.
As tentativas escalaram e Raquel Henriques diz mesmo que foi fechada num espaço para ser coagida ao envolvimento. “Foi tentando e ao perceber que eu não estava a dar a resposta que ele gostaria, entrou num campo mais agressivo que me fechou numa sala de atores e tentou mesmo de forma física a aproximação. Tentou algo… Claro que não lhe dei a mínima hipótese, ele não gostou daquilo, como nenhum deles gosta, e disse mesmo: ‘enquanto eu aqui estiver tu nunca mais vais fazer televisão’”, detalhou. Ameaça, aliás, semelhante à que foi revelada peça atriz Sofia Arruda.
Os pedidos de ajuda que diz ter feito aos colegas em nada valeram e o trabalho foi terminado até ao fim, tendo depois mudado de estação. No entanto, a história repetiu-se: “Fui para outro canal de televisão que começou bem até que, entretanto, há alguém bastante superior que entrou depois e passado um tempo também se lembrou de entrar num registo diferente comigo. Muitas mensagens, oferta de trabalho, a pressão começou a ser muita. Não cedi aos jantares, que normalmente são jantares, ou um fim de semana, ou uma noite… Não cedi e fiquei sem trabalho. Aquilo que podes fazer naquela altura é nada. Por onde quer que te vires, tu não sabes o que fazer, não há provas físicas porque não há agressão”, contou ainda.