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Vitiligo está na moda! Há sete manequins que provam isso mesmo

Winnie Harlow: “Cabra”, “zebra” foram ofensas que marcaram para sempre Chantelle Brown-Young, conhecida no mundo da moda por Winnie Harlow. Aliás, fala delas e do sofrimento que lhe causaram com o propósito de evitar que outras raparigas se sintam da mesma forma: mal. Esta manequim internacional nasceu em julho de 1994, tem 22 anos, em Toronto, no Canadá. Hoje, diz que prefere ser reconhecida como “inspiração” e não como “exemplo”. Em novembro de 2015, Winnie esteve em Portugal para receber o prémio “Role Model”, entregue pela revista 'GQ'. Na ocasião, terá inclusivamente protagonizado uma polémica por ter apagado a palavra Portugal de todas as fotografias que publicou na conta de Instagram. “Houve um problema entre os responsáveis do evento e a empresa que me representa, por isso não quis fazer mais referências ao evento”, justificou a manequim na sua conta de Instagram, respondendo a acusações de ingratidão. [Fotografia: Twitter]
Breanne Rice: Só no ano passado é que esta ex-manequim decidiu pôr fim aos constantes esforços para esconder o vitiligo, doença que foi mascarando com maquilhagem desde os 19 anos, após diagnóstico por distúrbio auto-imune. “Passei os meus 20 anos a sentir-me insegura e a basear a minha auto-estima apenas na minha imagem. Não queria olhar para o espelho e preocupar-me por não ter a pele perfeita”, disse à revista norte-americana ‘People’. Agora, a ex-modelo de 32 anos pôs termo a tudo isso e quer quebrar o tabu. Descobriu, entretanto, que a dieta que cumpria a poderia estar a prejudicar ainda mais, pelo que passou a ser praticante da terapia nutricional holística. [Fotografia: Twitter]
April Star: “Não é por apenas seres diferente que farás a diferença”. Esta é a frase que encabeça a conta de Twitter da jovem modelo, intitulada ‘Redefinir a minha beleza’. Nascida na Florida em abril de 2005, desde os seis anos que April convive com a doença, tendo sido vítima de bullying,. Hoje, usa a sua voz e a sua popularidade para dar palco a outras raparigas que vivem com a mesma condição. [Fotografia: Twitter]
Aeisha Robinson: Foi também pelo início da idade adulta - mais concretamente aos 18 anos - que a vida desta manequim ameaçou desmoronar-se, após o diagnóstico de vitiligo. Hoje, com 27 anos, é um dos rostos da luta pelo fim do preconceito contra a doença. Esta canadiana é fundadora da associação sem fins lucrativos ‘Born To Rise’, que pretende ajudar outros doentes nas mesmas circunstâncias. [Fotografia: Twitter]
Lauren Elyse: Não é uma manequim, mas é seguramente uma mulher com vitiligo que quer mudar o mundo da moda e da maquilhagem. Esta artista em Make Up tem 25 anos, vive em Chicago e usa as suas redes sociais para mostrar o trabalho que desenvolve, pensado para pessoas que sofrem da doença cutânea. Neste momento soma mais de 300 mil seguidores. Curiosamente, em vez de apresentar propostas que escondem as manchas provocadas pela patologia, ela contraria isso mesmo e procura encontrar soluções de maquilhagem que tiram o máximo partido das mesmas. [Fotografia: Instagram]
Carlene A. John: Tal como Winnie Harlow, esta manequim natural de Brooklyn, Estados Unidos da América, também foi vítima de bullying ao longo da vida devido à doença que tinha. Chegava mesmo a pintar as manchas mais brancas para tentar evitar os comentários. Em vão, disse-o já em várias entrevistas. Para pôr termo a esse jogo viciado, esta modelo de 26 anos tomou uma posição muito semelhante à de Breanne Rice: deixou de usar maquilhagem para esconder a diferença e isso não a afastou do mundo da moda. Pelo contrário. [Fotografia: Facebook]
Nile Goodlad: Tem 20 anos e é um dos mais novos rostos a chegar à moda. Natural de Birmingham, Reino Unido, descobriu que tinha vitiligo aos nove anos. Hoje e com o percurso que tem feito no mundo da moda, crê que pode lutar para pôr fim ao preconceito. [Fotografia: Facebook]

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Ser diferente é cada vez menos um obstáculo. As novas gerações inclusivas trazem e aceitam cada vez mais o que é raro ou diferente e fazem com que tal deixe de ser um bloqueio e a moda acompanha e incorpora este alargamento de mentalidades.

Na galeria acima fique a conhecer sete manequins com vitiligo – uma doença cutânea caracterizada pela despigmentação da pele -, na maioria mulheres, que desafiaram os padrões de beleza e fazem, atualmente, carreira nas passerelles, nos editoriais e entram nas nossas vidas para acabar de vez com os preconceitos.

Uma delas esteve em Portugal para receber um prémio que reconheceu, justamente, o papel que tem desempenhado na desmistificação desta doença.

Afinal, trata-se de uma doença que, estima-se, afete 1% da população mundial e que começa por surgir, sobretudo, na adolescência e o início da idade adulta. Entre as celebridades, Michael Jackson terá sido diagnosticado com a doença em 1980.

O que é o vitiligo?

Trata-se de uma despigmentação da pele marcada por manchas brancas (com células incapazes de produzir melanina), que tendencialmente aumentam com o tempo. Aquelas marcas podem ser muito localizadas ou, pelo contrário, difusas. É uma manifestação epidérmica tendencialmente simétrica, ou seja, tem dimensões semelhantes em ambos lados do corpo e nas mesmas zonas. Porém, pode também apresentar-se de forma desigual pelo corpo.

Estima-se que a doença afete cerca de 1% da população mundial

A doença manifesta-se frequentemente nas mãos, nas extremidades dos dedos, mas também criando contornos em torno dos orifícios naturais, como os olhos ou a boca, por exemplo. Uma doença cutânea que exige cuidados especiais e muito atentos uma vez que estas manchas estão muito mais expostas a queimaduras solares.


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As causas para o surgimento desta doença ainda são esparsas, sendo que a hipótese de se tratar de uma patologia auto-imune reúne cada vez mais consenso. Porém, é importante notar que, em cerca de 1/3 dos casos, há uma incidência familiar. O vitiligo pode, por fim, estar associado a doenças relacionadas com a tiróide, a queda de cabelo, a diabetes. Pode estar associado ao melanoma maligno.

Imagem de destaque: Shuttersock