A empatia é ‘contagiosa’? Neurocientista diz que sim

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[Fotografia: Pexels/Fauxels]

A empatia aprende-se, desaprende-se, alimenta-se e pode mesmo perder-se subnutrida e sempre ao longo da vida. O meio em que cada indivíduo se movimenta e as pessoas com quem se contacta são decisivos no treino desta habilidade social de compreender e estimar os outros. Quem o afirma é a neurocientista social Grit Hein que procurou captar o fenómeno através de uma análise que combinou registos neurológicos por ressonância magnética com modelos matemáticos.

Citada em comunicado emitido pelo Hospital Universitário de Würzburg, onde decorreu a experiência, a cientista afirma que “temos os meios para moldar a capacidade empática em adultos através de medidas apropriadas em ambas as direções [para a conquistar ou perder]”. Para Hein, ficou claro que “é possível aprender empatia positiva com os outros”, ou seja, por via social. “No entanto, para que prospere a longo prazo, é necessária uma atmosfera de respeito mútuo”, salvaguarda.

Para tais conclusões, a neurocientista levou a que os participantes de um total de quatro estudos assistissem primeiro a vídeos de mãos a serem dolorosamente estimuladas, tendo que indicar numa escala de avaliação o que sentiram ao ver as imagens. Na fase seguinte, foram mostradas a essas pessoas as respostas empáticas e não-empáticas de outros diante dos mesmos vídeos. Numa fase final, os primeiros participantes foram convidados a reavaliarem o seu nível de empatia relativamente à dor de uma nova pessoa. Com todos estes passos, a neurocientista demonstrou que a empatia muda consoante os pares.

É essencial compreender que os adultos pode aprender ou desaprender a empatia através da observação, mesmo de pessoas que não conhecem”, detalhou a especialista, que publicou o estudo na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Grit Hein crê que estas conclusões podem ser particularmente relevantes em contexto laboral, crendo que a importância do ambiente social irá impactar diretamente nas equipas, podendo transformá-las emocionalmente e, consequentemente, afetar-lhes a produtividade.