“Canção de embalar” junta mães presas e filhos bebés através da música

pexels-rodnae-productions-5637774
[Fotografia: Pexels/Rodnae Production]

Imagine que recém-mães que estão detidas compõem canções de embalar para os seus filhos bebés, dos quais estão separadas, e com o propósito de, através da música, criar ligações e intimidade familiar.

Foi esta a ideia que levou estudantes da Universidade da Carolina do Sul (USC), nos Estados Unidos da América, a criar o Lullaby Project (projeto canção de embalar, em tradução livre) em parceria com o Carnegie Hall e o Weill Music Institute.

Alexis, uma detida que está integrada no projeto Lullaby, revela: “Fico muito triste por não estar perto dele [do bebé], por saber que ele poderá ouvir algo que escrevi palavra por palavra. Eu só queria estar lá ao pé dele, mas a música já é algo que vai permitir ao bebé ligar-se a mim. É uma sensação incrível.”

Claire Bryant, professora assistente de violoncelo da Universidade, considera tratar-se de “um projeto muito especial”. “Pessoalmente, trabalho com a música em casas de correção há dez anos e acho que ela pode fazer muito bem a todos nós, não importam as nossas circunstâncias”. No caso de pessoas detidas, a docente crê que “a música traz a oportunidade de olhar de forma positiva”.

“Enquanto estamos no processo de composição e a conversar com as mulheres, podemos dizer que seus olhos delas brilham”, revelou a estudante de pós-graduação da USC Alyssa Santivanez. “É realmente emocionante.”

“Somos como a ponte entre as mulheres e os filhos delas e as nossas famílias”, sustenta a estudante de doutoramento em performance musical Eunice Koh, e prossegue: “Podemos colocar as barras de metal e as paredes de cimento que quisermos, mas não podemos quebrar essa ligação.”

“Nenhuma aprendizagem nos poderia realmente preparar para o quão impactante está a ser este projeto”, revela Alyssa Santivanez, que tem escrito canções de embalar originais para o projeto. “Uma coisa é aprender como criar sozinho e como juntar tudo, e outra coisa é estar lá com as mulheres e trabalhar com elas – isso significa muito.”