Carolina Patrocínio foi mãe pela terceira vez na semana passada. Como já vem sendo habitual entre as figuras públicas, para anunciar ao mundo que a filha tinha nascido optou por partilhar nas redes sociais uma imagem com a recém-nascida, Carolina, logo após o parto. Nessa fotografia surge com brincos, anéis e um relógio. Adereços que causaram alguma controvérsia nas redes sociais.
“Olha para isto… Saio pior do ginásio do que ela do parto”, “gostava de saber como é que a Carolina tem relógio e brincos no bloco de partos… A mim nem uma pulseira ou a aliança deixaram…” e “sair do parto com a cara pronta para ir para uma festa é sinal de que tu é que estás certa, Carolina. Treinar o corpo e a mente pelos visto resulta. Parabéns para as duas Carolinas” foram alguns dos comentários deixados no Instagram da apresentadora da SIC.
No entanto, não é só em Portugal que este tipo de polémica surge. Na semana passada, a jornalista e apresentadora de televisão espanhola Pilar Rubio também foi mãe e, à semelhança de Carolina Patrocínio, partilhou no Instagram uma imagem com o filho e o marido, o futebolista espanhol Sérgio Ramos, ainda no bloco de partos. Na fotografia, onde somou mais de 400 mil ‘gostos’, surge penteada e maquilhada após o parto. As críticas não demoraram a surgir nas redes sociais.
Pilar Rubio después de parir/ Yo después de parir. pic.twitter.com/9gQxZTVaKR
— Olalá de fua (@olaladefua) 26 de março de 2018
“Pilar Rubio tem uma cara melhor depois de dar à luz do que eu após dormir oito horas“, escreveu uma utilizadora do Twitter.
Para Pilar López Díez, jornalista espanhola e especialista em Comunicação e Género, esta tendência entre as celebridades tem uma explicação simples. “Todas as imagens estão construídas com um fim, que é vender um produto. Neste caso, a de Pilar Rubio fortalece o estereótipo da mulher perfeita, reforçando a ideia de que nenhuma das mulheres que veem esta imagem estão assim depois de darem à luz um filho ou uma filha”, explicou a especialista ao site espanhol El País.
Aconteceu o mesmo há quatro meses, quando Georgina Rodríguez foi mãe de Alana Martina e partilhou uma fotografia ainda no hospital com a recém-nascida, Cristiano Ronaldo e Cristianinho.
“Aquelas mulheres que têm estrias ou um pouco de barriga seriam consideradas nojentas.”
“No melhor dos casos fará com que as outras mulheres sintam inveja e inquietação e, no limite, leva-as a sentir frustração e tristeza por se compararem com ela no momento em que deram à luz. Sentem-se infelizes consigo mesmas e falhadas. Estas imagens estão a incentivar a construção de mulheres desempoderadas e, portanto, não são boas”, sublinhou Pilar López Díez.
Os sentimentos repetem-se poucas semanas depois do parto, quando as figuras públicas começam a divulgar fotografias do corpo, em boa forma física. Irina Shayk, Luciana Abreu e Georgina Rodríguez já o fizeram. Segundo o mesmo site espanhol, a companheira de Cristiano Ronaldo até ignorou as recomendações dos médicos para descansar e regressou ao ginásio oito dias depois de dar à luz.
“Imagine se elas fossem a única representação das mulheres que têm filhos. Aquelas mulheres que têm estrias ou um pouco de barriga seriam consideradas nojentas. Tudo aquilo que se vê está normalizado. O que não se vê acaba por ser rejeitado“, acrescentou a jornalista.
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