A administradora da Caixa Geral de Depósitos (CGD) Maria João Carioca só iniciará funções a 6 de março, disse esta quinta-feira o banco público em comunicado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A CGD indicou, em nota ao mercado, os novos membros do Conselho de Administração do banco que iniciaram funções a 1 de fevereiro (quarta-feira) e cujo mandato se estende até 2020, após o Banco Central Europeu (BCE) ter dado a necessária ‘luz verde’.
Os nomes eram conhecidos e tratam-se de Emídio Rui Vilar, como presidente não executivo (‘chairman’) do Conselho de Administração, e de Paulo Macedo (ex-ministro da saúde do PSD/CDS-PP), como presidente da Comissão Executiva.
Já os vogais executivos são Francisco Cary (anteriormente administrador do Novo Banco), João Tudela Martins (que integrava a administração anterior da CGD, liderada por António Domingues), José de Brito (quadro da Caixa), José João Guilherme (ex-administrador do Novo Banco), Nuno de Carvalho Martins (que saiu do Ministério das Finanças) e Maria João Carioca.
Quanto a esta administradora, a única mulher da equipa, a CGD informa que “iniciará [funções] no dia 6 de março de 2017”.
O comunicado da CGD não indica o motivo deste atraso da entrada em funções de Maria João Carioca, mas, segundo o Jornal de Negócios, estará relacionado com o facto de esta ainda não ter saído oficialmente do cargo de presidente da bolsa de Lisboa, o que só acontece no início de março, de acordo com o contrato acordado com a Euronext (gestora da bolsa lisboeta).
Maria João Carioca já foi administradora da CGD na equipa liderada por José de Matos, mas saiu no início de 2016 para presidir à bolsa de Lisboa, voltando agora ao banco público.
Ainda em comunicado hoje à CMVM, a CGD dá conta da destituição de Pedro Humberto Monteiro Durão Leitão e Tiago Ravara Belo de Oliveira Marques, que faziam parte da equipa de António Domingues.
Segundo noticiou o Jornal de Negócios esta semana, estes ex-administradores estarão a ser sondados para assumirem funções de gestão noutras empresas do Grupo CGD. Desse modo, o banco público pouparia a indemnização de cerca de um milhão de euros a que cada tem direito, uma vez que não se demitiram.
A imprensa tem adiantado que a CGD pode ver ainda alargada a equipa de administradores executivos, devendo integrá-la Carlos Albuquerque, ex-diretor do departamento de supervisão do Banco de Portugal.
Por fim, da nova equipa de gestão da CGD faltam ainda conhecer os restantes administradores não executivos, uma vez que para já só está nomeado Rui Vilar, como ‘chairman’.
Esta nova administração da CGD sucede à liderada por António Domingues, que entrou em funções no final de agosto passado, mas que sairia quatro meses depois, no final de 2016, na sequência de várias polémicas, nomeadamente da possibilidade de não entregarem as declarações de património e rendimento junto do Tribunal Constitucional.
A CGD está em processo de recapitalização num montante de cerca de 5.000 milhões de euros (dos quais, 2,7 milhões de euros de injeção direta do Estado) que servirá para que o banco assuma maiores níveis de imparidades (perdas potenciais, nomeadamente com créditos), cumpra rácios de capital (indicadores de solvabilidade da instituição) mais exigentes e ainda faça face aos custos de reestruturação.
Prevê-se que o banco entre num processo de mudança comercial e operacional, que incluirá a saída de mais de 2.000 trabalhadores nos próximos anos, nomeadamente através de acordos mútuos.