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Chimamanda Adichie ensina a educar para o feminismo

“Sê uma pessoa inteira. Ser mãe é uma dádiva maravilhosa, mas não te definas unicamente por esse estatuto” Esta é a primeira gestão e o primeiro passo para uma educação para o feminismo, segundo o livro que Chimamanda Nhozi Adichie escreveu a partir do pedido de uma amiga que ia ser mãe de uma menina. [Fotografias: Shutterstock]
Na segunda sugestão, a autora lembra que educar uma criança não tem de ser tarefa exclusiva da mãe. Essa é outra lição de feminismo, crescer a ver o envolvimento do pai nessas tarefas e na divisão das mesmas com a mãe. “O Chudi [o marido da amiga para quem Chimamanda escreveu este livro] deveria fazer tudo o que as suas características biológicas lhe permitem – ou seja, tudo menos amamentar.”
Esta é uma das nossas favoritas: “Ensina à tua filha que a ideia de 'papéis para cada género' é uma tolice. Nunca lhe digas que ela devia ou não devia fazer alguma coisa porque é menina”. Este é o mote da terceira sugestão da escritora nigeriana.
Na quarta sugestão, a autora alerta para o perigo daquilo a que chama “Feminismo Linha Zero”. “É a ideia da igualdade condicional das mulheres. Por favor, rejeita-a totalmente”. Chimamanda lembra que “ou se acredita na plena igualdade dos homens e das mulheres ou não”, descrevendo de seguida situações que exemplificam essa tese de igualdade de segunda da mulher.
A importância da leitura é a quinta sugestão do livro. “Ensina a Chizalum a ler. Ensina-a a gostar de livros”, escreve a autora. E a melhor maneira de fazer isso, diz, é através do exemplo, vendo o exemplo dos progenitores.
“Ensina-a questionar a linguagem”, defende a autora na sexta sugestão que deixa à amiga na educação da sua filha. Mas mais uma vez o exemplo tem de vir de cima. “Para lho ensinares, no entanto, terás de questionar a tua própria linguagem.”
“Nunca fales do casamento como uma forma de realização pessoal”. Esta é a sétima sugestão deixada pela autora e ativista dos direitos das mulheres, para evitar que as meninas cresçam e se tornem mulheres preocupadas com a ideia de casamento.
“Ensina a tua filha a rejeitar o desejo de agradar. O dever dela não é tornar-se alguém de quem se gosta , o seu dever é ser uma pessoa em pleno.” O conselho é tão abrangente, que não devia ter género, mas, mais uma vez, é preciso ensinar as mulheres que têm o direito a ser elas próprias.
Por fim, e não menos importante, a auto-estima e a saúde. “Encoraja-a a participar em desportos. Ensina-a a ser fisicamente ativa”. E a melhor forma de ensinar, sublinha a autora, é fazer isso em conjunto, lado a lado. Por isso, a sugestão é aplicar o conselho a todos, mãe, filha e pai também.

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“Ensina a tua filha que a ideia de ‘papéis para cada género’ é uma tolice. Nunca lhe digas o que ela deve ou não deve fazer só por ser menina. «Porque és menina» nunca é razão para nada. Jamais.” Esta é uma das 10 sugestões que escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, no livro “Querida Ijeawele – Como Educar para o Feminismo“, que chegou às lojas esta quarta-feira, 7 de março, pela D. Quixote.

Novo livro da autora nigeriana chegou esta semana às livrarias nacionais, na véspera do Dia Internacional da Mulher.

São 15 sugestões que a autora deixa num curto ensaio, escrito para responder ao desafio de uma amiga que lhe perguntou qual a melhor forma de educar a filha como feminista.

“Da aparência à parentalidade, do casamento à sexualidade e até mesmo à escolha dos brinquedos na infância, a autora explora temas fundamentais e incita as mulheres a desprenderem-se dos velhos mitos e de uma sociedade predominantemente machista (ainda que, nalguns casos, de forma encapotada)”, refere o comunicado de imprensa da editora.

Chimamanda Ngozi Adichie é uma das vozes literárias mais ativas pelos direitos das mulheres na atualidade. Os homens também fazem parte do manifesto feminista, escrito de uma forma simples e organizado em 15 pequenos capítulos, onde a autora desenvolve os conselhos deixados à amiga, com humor, inteligência e compaixão.

Na fotogaleria, em cima, deixamos como amostra do que pode encontrar no livro, uma apresentação breve de 10 das 15 sugestões.

Imagem de destaque: DR