Europeias. Joana Amaral Dias corre por partido que quer acabar com apoios à igualdade e fazer pagar por aborto e mudança de sexo

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[Fotografia: Instagarm/Joana Amaral Dias]

A psicóloga clínica e comentadora Joana Amaral Dias, de 49 anos, anunciou que está na corrida às eleições Europeias, a 9 de junho, e, segundo avança a imprensa, pelo partido ADN.

Nas recentes eleições legislativas de 10 de março, este partido concorreu com um programa que se apresentava pelo fim dos “apoios governamentais à promoção/doutrinação da “Ideologia de Género” ou a Associações/Entidades públicas ou privadas que promovam esta ideologia extremista e pela “proibição do leccionamento de conteúdos relacionados com a “Ideologia de Género” no ensino público, até ao 12.º ano” tendo acusado partidos de lhe roubarem ideias.

No mesmo documento fica clara a posição do partido presidido por Bruno Fialho – e que agora poderá vir a contar com Joana Amaral Dias na corrida ao Parlamento Europeu – sobre o aborto. “As Interrupções Voluntárias da Gravidez que são realizadas sem ser por motivos clínicos ou de saúde, ou seja, que acontecem por mera opção da mulher grávida e não ao abrigo do previsto nas alíneas a) a d) do artigo 142.º do Código Penal, deixem de ser suportadas ou apoiadas financeiramente pelo SNS – Sistema Nacional de Saúde, bem como as cirurgias de mudança de sexo”, lê-se no documento.

O ADN apresentou-se a eleições em março sustentando também a revogação da “Lei n.º 38/2018, de 07 de Agosto (Lei da Ideologia de Género), impedindo que menores de idade possam ser submetidos a bloqueadores da puberdade ou possam realizar cirurgias de mudança de sexo ou a mudança da menção do sexo no registo civil sem o consentimento parental” e a linguagem neutra. “Somos contra o uso da chamada “linguagem neutra” no ensino público e em documentos oficiais do Estado”, afirma o programa eleitoral.

Joana Amaral Dias deverá, como foi revelado pela imprensa, avançar por este partido, mas a apresentação terá efetivamente lugar na quinta-feira, 18 de abril, na Associação de Deficientes das Forças Armadas.

 

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Num vídeo publicado nas redes sociais na terça-feira, 16 de abril, Joana Amaral Dias anuncia candidatura porque “não consegue ficar calada”, “nem ficar de braços cruzados”. Por isso, corre para fazer face a “tanta injustiça, ameaças à paz e ataque às liberdades” e “lutar pelos direitos, renunciar os lóbis e contra aqueles que se comportam como se fossem donos disto tudo”, ouve-se na rede social do Instagram da psicóloga clínica.

Recorde-se que Joana Amaral Dias foi deputada pelo Bloco de Esquerda entre 2002 e 2005, integrou o Agir, em 2015, em coligação com o PTP e o MAS.

Em 2017, foi candidata às eleições autárquicas por Lisboa pelo Nós, Cidadãos, tendo sugerido, num debate da campanha, a criação de carruagens só para mulheres nos transportes públicos. “A forma de mandar uma mensagem clara à sociedade para dizer que não queremos ser apalpadas nos transportes públicos e que queremos ser respeitadas passa por criar zonas específicas para as mulheres no metro ou nos autocarros”, afirmou a então candidata à autarquia da capital no debate “Mulheres, raparigas e a cidade: o direito ao espaço público em Lisboa”.

Joana Amaral Dias garantiu, nesse encontro, que as mulheres só iriam para lá “se quisessem e para não se sentirem ameaçadas”, não era obrigatório e elencou outros exemplos em que a divisão de género “existe e está mal feita”: “por que é que há as casas de banho de mulheres, crianças e deficientes e depois há a dos homens? Ou porque é que existe a segregação nos desportos de alta competição?”.