A depilação permanente traz consigo a promessa de que, uma vez cumprida em várias sessões, dependendo do pelo, este desaparece por muito tempo. Uma vantagem que exige custos e aplaudida por muitas mulheres até pela comodidade de não ter de se sujeitar a este processo com frequência.
E apesar de o crescimento do pelo diminuir ou de este ficar mais frágil, a verdade é que este tipo de tratamentos requer sempre alguma manutenção, com os centros de estética a aconselharem uma revisão anual para manter o efeito.
Há, porém, alterações na vida das mulheres, algumas conjunturais, que fazem regredir, em muito, o processo já iniciado, levando ao reaparecimento de pelos. O Delas.pt foi perceber quais são os fatores e as mudanças na saúde feminina que mais alteram o processo e que o podem levar a um retrocesso.
Virgínia Marrachinho, formadora especializada neste tipo de depilação, enumera as principais mutações que “que influenciam o crescimento do pelo e que podem originar o aparecimento de novos folículos pilosos” e levar a que as mulheres tenham de voltar a submeter-se a novos tratamentos de depilação definitiva. “Os fatores são as alterações hormonais decorrentes da disfunção da tiróide, as hormonais que decorrem em fases específicas da nossa vida, como na adolescência, gravidez, amamentação ou menopausa”, começa por descrever. Mas há mais razões e eles podem ser de natureza contextual. “O uso de alguma medicação, como antidepressivos, contracetivos orais, entre outros, o consumo de suplementos alimentares que estimulam ou são fortalecedores de cabelo e/ou unhas e a ingestão de produtos alimentares processados ou pré-confecionados”, refere Virgínia Marrachinho, especialista na clínica DepilConcept.
A formadora lembra, em entrevista por escrito, que “não existem métodos ou tecnologias que garantam a eliminação definitiva de todos os pelos, uma vez que a nossa pele é um órgão vivo que se encontra em constante regeneração e tendo o pelo uma função de proteção da nossa pele, novos folículos pilosos irão surgir ao longo do tempo, razão pela qual é necessário realizar sessões de manutenção”.
Dois tipos de pelo
Apesar de ter sempre o mesmo nome, a verdade é que o pelo ganha funções e características distintas consoante a localização e género. Ora, mediante esta diversidade, Virgínia Marrachinho distingue “dois tipos”: “O lanugo ou velo, que se encontra, por exemplo, em zonas como o rosto, as orelhas e os braços e que é mais fino e tem menor concentração de melanina e o pelo terminal que se encontra em zonas como a barba, as axilas e região púbica e é mais espesso e tem maior concentração de melanina.”
Quanto ao crescimento, a mesma especialista fala em três fases. “A anágena, em que o pelo se encontra em fase de crescimento e está ligado à estrutura do folículo piloso; A catágena, em que se desprende da estrutura do folículo piloso e entra em fase de repouso; e, por último, a Telógena, já em fase de queda”. Explica Virgínia Marrachinho que “não é possível determinar em que fases se encontram cada um dos pelos, contudo o ciclo das três fases ocorre em intervalos de 21 a 28 dias, tempo que representa o nosso processo de regeneração celular e que depende do metabolismo de cada pessoa”.
Mas há uma fase em que a depilação seja mais eficaz? A formadora é assertiva. “O tratamento de depilação permanente só é eficaz quando o pelo se encontra na fase anágena, razão pela qual é necessário realizar várias sessões, com espaçamento de 21 a 28 dias, para obter resultados”, afirma. A escolha da tecnologia usada para a depilação permanente é essencial neste processo. “De acordo com o tipo de pelo e a tecnologia utilizada o número de sessões, em média, é de dez sessões para quem opte pela tecnologia IPL (Luz Pulsada intensa) e sete sessões para a laser”.