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E se uma aplicação medisse as vezes que uma mulher é interrompida?

'App' para medir a 'homenterrupção': A tradução literal para português não mantém a força do seu original, em inglês: 'manterrupting'. Na verdade, trata-de de fazer referência a todas as vezes que uma mulher é interrompida por um homem quando está a falar. Uma empresa brasileira, de São Paulo, criou uma aplicação para telemóvel ('Woman Interrupted') que permite fazer essas medições. As conclusões ficam para cada um. Para início de reflexão, aqui ficam alguns números: as mulheres médicas são mais interrompidas que os doutores, 75% das conferências é feita em timbres mais graves e masculinos, nas empresas de tecnologia os homens interrompem o dobro das mulheres. E porque isto também acontece ao nível escolar, fique a saber que as estudantes veem o seu discurso truncado muito mais vezes do que os colegas masculinos. [Fotografia: Twitter]
Protesto numa livraria? Sim, é possível: Loganberry Books, em Cleveland, nos Estados Unidos da América, é já uma livraria feminista de base, mas agora – a propósito da comemoração do mês de História das Mulheres – decidiu virar todos os livros escritos por homens (invertendo a lombada dos mesmos nas prateleiras), na sala dedicada à ficção, com o propósito de mostrar fisicamente a desigualdade de género na autoria de obras. Ao todo, são mais de dez mil livros que estão a ser invertidos, mas já é possível verificar, na imagem, o resultado da iniciativa. Em declarações ao 'Heat Street', a proprietária Harriet Logan afirmou: “as fotografias falam sempre muito alto, por isso estamos não só a destacar a disparidade, mas também a dar mais destaque aos livros escritos por mulheres”. [Fotografia: Harriet Logan/ Twitter]
Velhos hits, novas mensagens: As estudantes da Universidade de Oxford, que também participam no coro Oxford Belles, reinterpretaram, a capella, o êxito de Cindy Lauper, de 1983, 'Girls Just Wanna Have Fun' (As raparigas só querem divertir-se). Mas juntaram-lhe uns pózinhos e adaptaram-na ao Dia Internacional da Mulher: 'Girls Just Wanna Have Fun(damental Rights)' – As raparigas só querem direitos fundamentais, mantendo a mesma leitura do original. [Fotografia:Youtube]
Semáforos pela igualdade: A iniciativa passa pela semaforização igualitária da cidade de Melbourne, Austrália. Na verdade, a autarquia quer equilibrar as luzes para passageiros – tradicionalmente figurando um homem parado em vermelho e um homem a caminhar a verde – para mulheres. O objetivo é a igualdade absoluta, ou seja, para cada semáforo com representação masculina um outro de representação feminina. A iniciativa, pelos custos que vai alocar, já está a gerar contestação. [Fotografia: Twitter]
Gynopedia: a Wikipedia para o planeamento familiar: Chegou uns dias antes do Dia Internacional da Mulher, mas não convém ser esquecida. Trata-se de uma base de dados – à semelhança da Wikipedia – que reúne todos os tratamentos de planeamento e saúde reprodutiva para cada território do mundo para onde se viaja. Aceitam-se contribuições informativas.[Fotografia: Gynopedia.org]

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O Dia Internacional da Mulher, 8 de março, não foi só pretexto para protestos um pouco por todo o mundo. Houve outras iniciativas que arrancaram à boleia das comemorações dessa mesma data e que têm o propósito de chamar à atenção para os pequenos detalhes do quotidiano onde ainda estão evidentes algumas disparidades.

Uma aplicação para medir as vezes que uma mulher é interrompida, semáforos com iconografia feminina, livrarias que encontram soluções originais para demonstrar a desigualdade. E até há som e um novo hino, feito a partir de um velho êxito dos tops musicais.

Tudo isto num dia marcado por uma coincidência: Com os Estados Unidos da América a serem palco de uma manifestação subordinada ao tema “Um dia sem mulheres”, também a Estátua da Liberdade parece ter alinhado no protesto. O monumento ficou às escuras, na terça-feira, 7 de março, por algumas horas, ma tal ter-se-á devido a problemas com o gerador de energia.

Imagem de destaque: Shutterstock