Portugal Fashion está de volta, mas apenas uma vez por ano, e quer ser “festival criativo”

Último dia do Portugal Fashion, na Alfândega do Porto.
[Fotografia: Igor Martins / Global Imagens]

Marque na agenda: Portugal Fashion (PF) vai estar de volta de 1 a 6 de julho, após a anunciada interrupção de março por falta de verba, como foi revelado à data. Este retorno numa nova e única data anual incomum no calendário da moda portuguesa e estrangeira acontece pela vontade da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) e do PF em “mudar de estratégia”, refere o comunicado enviado esta manhã às redações

“Com um roteiro global estruturado, o Portugal Fashion passará a organizar um grande evento uma vez ao ano em solo português, e a estreia desta nova calendarização acontece já este ano, com a primeira edição anual de 2024, de 1 a 6 de julho. O grande fator diferenciador do Portugal Fashion foi sempre a internacionalização da moda de autor portuguesa, apoiando dezenas de designers nas mais variadas, e importantes, semanas de moda europeias e mundiais (cerca de 200 ações desde 1999)”, vinca a mesma nota oficial.

Segundo o PF, a escolha da data para início de julho “visa preservar o alinhamento com os calendários das principais semanas de moda internacionais, por forma a que não haja sobreposição de datas e seja possibilitado o acesso de imprensa, buyers, stylists, e outros profissionais de moda”. E prossegue: “Ao abrigo deste novo conceito, o Portugal Fashion ambiciona tornar-se “chapéu” internacional para toda a moda portuguesa. Pretende-se criar um board de especialistas internacionais, responsável por selecionar as marcas e os designers apoiados no estrangeiro (num processo de candidatura aberto a todas as marcas e designers com base em Portugal), ficando esse board também responsável por acompanhar a evolução dessas mesmas marcas e designers: gestão, vendas e pontos de venda, comunicação, marketing, crescimento, e vários outros temas relevantes para o posicionamento estratégico”.

Uma aposta que quer ir para lá da moda, pretendendo “reforçar a capacidade e o potencial que o Norte do país tem em ser um imenso hub criativo, não só na indústria da moda, mas também em outras artes (música, cinema, arquitetura, artes plásticas, etc…), juntando ainda a identidade lusa moderna e o lifestyle único que merece ser trabalhado e mostrado”. Desta forma, o objetivo passa por criar um conceito de “festival criativo”, que, refere o comunicado, “pretende assumir-se como um evento-turístico-âncora (turismo criativo e industrial), com grande foco na moda de autor (desfiles e apresentações), mas fazendo sempre a ponte entre esta e as várias dimensões do ecossistema moda (indústria, inovação e sustentabilidade, formação, distribuição e comunidade)”.