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‘Os Maias’ e tudo o que cabe no “saco” de Eça de Queirós

'1888 – A VASTA MÁQUINA!': Este núcleo será dedicado à obra 'Os Maias', ou a “vaste machine” (vasta máquina), como Eça de Queiroz referiu para descrever aquele que viria a ser o seu maior romance, lançado em 1888, sob o nome de 'Os Maias - Episódios da Vida Romântica'. [Fotografias: DR]
'LUGARES'- Da América do Norte ao Próximo Oriente, do Douro ao Alentejo, este núcleo percorre a geografia biográfica e ficcional do escritor e diplomata.
'APRENDIZAGENS' - Neste núcleo, percorre-se a vida de Eça antes de 'Os Maias' e a aprendizagem que foi armazenando na passagem pela universidade de Coimbra, durante as estadias em Lisboa, a experiência jornalística em Évora, de funcionário em Leiria ou de turista pelo Oriente.
'GUERRA AO ROMANTISMO' - Eça é educado no culto do romantismo, mas converte-se ao realismo, dando-lhe corpo, n’Os Maias, através da personagem do poeta Alencar. 'As Farpas', os folhetins mensais que escrevia com Ramalho Ortigão, são outro exemplo da sua vontade de “obrigar a multidão a ver verdadeiro”.
'NORMA E DESEJO' - A pintora Paula Rego dedicou a outra obra de Eça, 'O Crime do Padre Amaro', uma série de 16 pinturas. Neste núcleo, mostram-se algumas destas obras e reflete-se sobre Eça, que reclamava o carácter moralizador do realismo, mas cujos livros acabaram acusados de imorais.
'OLHARES CRUZADOS' - Neste núcleo, ver-se-á como Eça foge da objetividade que o realismo procura para expor vários olhares sobre a mesma realidade. Mestre na ironia, recorre, n 'Os Maias também ao excesso personificado por Ega, alter-ego do próprio Eça.
'A ARTE É TUDO' - Com fama de perfecionista em busca da palavra certa e da forma justa, proclamou que “A arte é tudo – tudo o resto é nada”. Essa arte que o leva a uma busca permanente pela perfeição também se espelha nas toilettes dandi das suas personagens.

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Quando, em 1881, Eça de Queiroz escreveu ao seu amigo Ramalho Ortigão contando que tinha “o romance praticamente pronto”, descreveu-o como sendo “não só um ‘romance’”, mas um em que pusesse tudo o que tinha “no saco”. Foi assim com ‘Os Maias’ e é assim com a exposição que a Fundação Calouste Gulbenkian abre na sexta-feira, 30 de novembro, ao público, dedicada a esta obra clássica da literatura portuguesa e ao universo do escritor.

‘Eça e Os Maias – Tudo o que tenho no saco’ é uma exposição que parte do famoso romance, no ano em que se assinala o 130º. aniversário da sua publicação, mas que “abre a porta para que se possa ver tudo o que Eça trazia no saco”, descreve a informação da fundação.

Partindo de ‘Os Maias’, enquanto eixo central, esta mostra inclui também outras obras do autor, além de objetos pessoais expostos pela primeira vez em Lisboa.

Serão exibidas crónicas, romances, contos e muitas cartas, fotografias, pinturas, caricaturas, escultura, gravura, música da época e excertos de filmes, bem como objetos do seu espólio pessoal guardados na Casa de Tormes (propriedade da Fundação Eça de Queiroz), que se revelam agora na capital. A secretária pessoal onde Eça escrevia, de pé, e a cabaia chinesa, que lhe foi oferecida pelo Conde de Arnoso, estão entre esses objetos, a que se juntam outras peças que remetem para a geografia física e ficcional do escritor.

Organizada em colaboração com a Fundação Eça de Queiroz, a exposição está patente até dia 18 de fevereiro.

A exposição está organizada por diferentes núcleos, sobre os quais pode saber mais informações, na galeria em cima.

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