Este batom vermelho tem… quatro mil anos

batom quatro mil anos
[Fotografia: Captura de ecrã/ M. Vidale, F. Zorzi)/Nature]

Um pequeno cilindro trabalhado que contém lá dentro ainda vestígios de uma preparação cosmética vermelha que se sugere para os lábios. Esta é a descrição deste achado arqueológico que foi agora investigado e que vem testemunhar que se está diante de uma das peças de cosmética mais antigas no mundo.

A investigação em torno deste artefacto, encontrado no sul Irão, foi publicada no início deste mês na revista Scientific Reports e está datado como tendo existido entre 1936 e 1687 antes de Cristo (a.C.). Segundo avançam os autores do estudo (que pode ser lido no original aqui), “a mistura observada [dentro do recipiente] lembra estranhamente as receitas dos batons contemporâneos”. A equipa admite que este elemento cosmético pode até ter sido perfumado por incluir, na sua composição, fibras vegetais.

Com esta datação, os investigadores creem que o objeto pode ser “compatível com menções à civilização iraniana oriental de Marḫaši” que povoou a região do planalto iraniano que se desenvolveu entre 2.500 e 1.900 a.C.

Importante vincar que este objeto agora identificado como um dos mais antigos batons do mundo e pertencente à Idade do Bronze foi inicialmente descoberto em 2001 após subida severa das águas do rio Halil e que inundou alguns cemitérios da região, trazendo à tona novos artefactos.

Este objeto tem estado à guarda do Museu Arqueológico de Jiroft e agora foi estudado por uma equipa de investigadores da Universidade de Teerão e de Pádua, na Itália.