Gabinete de Zelensky nega ter pedido para presidente discursar na Eurovisão

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[Fotografia: EBU]

O gabinete do Presidente da Ucrânia negou esta sexta-feira, 12 de maio, ter contactado os organizadores do Festival Eurovisão da Canção para lhes pedir que convidassem Volodymyr Zelensky para discursar na final do festival.

“O gabinete do Presidente da Ucrânia não contactou os organizadores do Festival Eurovisão da Canção para solicitar a participação ‘online’ de Volodymyr Zelensky durante a final ou em qualquer outra fase da competição”, disse o secretário de imprensa do chefe de Estado ucraniano, Serhiy Nikoforov, através da rede social Facebook.

A reação do governo de Kiev surge após a publicação de um comunicado da União Europeia de Radiodifusão (EBU), que organiza o concurso, na qual explicava ter recebido um pedido de Zelensky para intervir, que não poderia ser atendido por o festival se tratar de um evento de “natureza apolítica”.

“O pedido de Zelensky para se dirigir ao público do Festival Eurovisão da Canção, embora feito com intenções louváveis, infelizmente não pode ser atendido, pois violaria as regras do evento”, sublinhou a EBU.

O governo britânico disse estar “desapontado” com a decisão da entidade organizadora do concurso. “O primeiro-ministro acredita que o presidente Zelensky poderia falar durante o evento”, afirmou um porta-voz do primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak. “Os valores e liberdades pelos quais o presidente Zelensky e o povo ucraniano estão a lutar na Ucrânia não são políticos, mas fundamentais“, acrescentou.

No ano passado, a Ucrânia foi a vencedora do Festival Eurovisão da Canção, com “Stefania” da Kalush Orchestra.

Por isso, deveria acolher este ano o concurso, mas a guerra que assola o país, acabou por levar a organização a decidir que seria o Reino Unido, segundo classificado, o país anfitrião.

A vitória da Ucrânia deveu-se essencialmente à votação popular. O país, que tinha sido invadido pela Rússia meses antes, obteve um total de 631 votos, 439 deles dados pelo voto do público.

A final deste ano, que contará com a participação de 26 países, incluindo Portugal, promoverá uma forte homenagem à Ucrânia, com a presença de onze artistas ucranianos no palco, incluindo a Kalush Orchestra, realçou a EBU.

A Rússia foi excluída da competição, como na edição de 2022.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

LUSA