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Gravidez, aborto e menstruação podem explicar riscos de demência e Alzheimer

Percorra a galeria e fique a conhecer os sinais que indicam que, se cuida de alguém, precisa de se mimar e de se cuidar também. [Fotografia: Shutterstock]
Cansaço: Mostrar-se demasiado exausto para cumprir tarefas diárias simples e regulares [Foto: Shutterstock]
Falta de concentração: Dificuldade em completar tarefas ou mesmo incapacidade para se concentrar podem ser sinais de alerta de que precisa de se cuidar melhor. [Fotografia: Shutterstock]
Irritabilidade: O mau humor latente, as respostas negativas constantes podem dar indicações de que precisa de ajuda. [Foto: Shutterstock]
Isolamento: a falta de vontade de cumprir as atividades que sempre gostou de fazer e o afastamento de amigos e familiares devem ser indicadores a serem levados muito a sério. [Foto: Shutterstock]
Efeito de negação: Acreditar que vêm aí melhorias de saúde da pessoa de que cuida quando não são fundamentadas e negar efeitos da doença são sinais de alerta de stress. [Foto: Shutterstock]
Raiva: Ser intransigente em demasia, não suportar mais perguntas ou situações ou mesmo sentir desespero pela falta de compreensão por parte dos outros devem ser alertas a considerar. [Foto: Shutterstock]
Sinais de falta de saúde: quando o bem estar físico e psicológico do cuidador começa a dar sinais de fragilidade é tempo de ir ao médico o quanto antes. Quem cuida também corre o risco de adoecer. [Foto: Shutterstock]
Ansiedade: Como enfrentar o amanhã, o futuro, o estado de saúde a deteriorar-se? Se a resposta a estas perguntas indicarem a sensação de uma energia a esgotar-se, então é importante procurar ajuda. [Foto: Shutterstock]
Insónias: Sonos muito leves, constante sensação de estado de vigília comprometem o descanso. É importante dormir bem para poder cuidar melhor. [Foto: Shutterstock]
Depressão: É um dos dramas mais pesados para quem cuida porque pode comprometer o bem-estar, bem como a capacidade de lidar com a exigências do quotidiano, por isso é importante estar atento a todos os indícios. [Foto: Shutterstock]

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Perto de 15 mil pessoas estudadas. É esta a dimensão da amostra que a ciência acompanha desde há muito e que pretende perceber o que, afinal, causa demência, em particular a doença de Alzheimer, que atinge muito mais mulheres do que homens.

Por isso, os investigadores do consórcio de saúde norte-americano Kaiser Permanente, em Oakland, analisaram a história reprodutiva de mulheres entre os 40 e os 55 anos, entre 1964 e 1973, e ainda eram membros entre 1996 e 2017.

As equipas – que apresentaram resultados preliminares numa conferência que decorreu em Chicago – concluíram que as mulheres que tiveram três ou mais filhos apresentaram um risco na ordem dos 12 % menor de demência do que as que tiveram menos filhos.

O estudo indicou ainda que as que não tiveram a primeira menstruação antes dos 16 ou 17 anos tiveram um risco 31% maior de demência do que as que começaram aos 13 anos. Já sobre a menopausa, a mesma investigação vem indicar que as que atravessaram aquela fase antes dos 45 anos registaram 28% de maior risco de demência do que as que pararam de menstruar após aquela idade.

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Uma das hipóteses avançadas é a de que as mulheres que têm maior exposição cumulativa ao estrogénio [hormona] ao longo da vida” podem beneficiar de proteção contra a doença. A conclusão é de Paola Gilsank, uma das cientista da equipa que fez a recolha de dados e uma das autoras do estudo que abrangeu, concretamente, 14 595 participantes, oriundos de vários níveis sócio-económicos, educativos e que incluiu 32% de inquiridos não-brancos.

Mas há outra hipótese. A função imunológica. Segundo o estudo apresentado na mesma conferência e da autoria da Universidade da Califórnia, as mulheres que passam mais meses cumulativos de gravidez, especialmente no primeiro trimestre, indiciam uma menor margem para vir a desenvolver demência. Há mesmo dados que apontam para o facto de por cada mês de gravidez, o risco foi de desenvolver demência. Para cada mês adicional de gestação, o risco diminuiu em 5,5%.

De volta ao maior estudo epidemiológico feito nos EUA sobre a demência, a mesma investigação da Kaiser vem indicar que as que relataram abortos registaram um risco maior de demência na ordem dos 8%.

Contudo, os cientistas pedem cautelas na análise destes dados. Segundo Rachel Whitmer, professora de Epidemiologia na Universidade da Califórnia e outra autora do estudo, alertou para o facto de as perdas desta natureza não contribuírem, em si, para a doença de Alzheimer. A especialista lembra até que as próprias causas para a perda poderiam ser já as causas da demência.

“Não sabemos porque é que elas tiveram abortos espontâneos”, referiu. “Uma explicação plausível pode radicar na existência de alguns problemas de saúde relacionados à gravidez”, como hipertensão ou diabetes gestacional. “Nos anos 60 e 70, sabíamos muito menos sobre a gravidez, sobre condições médicas que poderiam se manifestar”, alerta a especialista.

Imagem de destaque: Shutterstock

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